Carlos Stocco, 70 anos, cuidou do pai, Antônio Stocco, que tinha Alzheimer e morreu há oito anos. Há um ano ele foi diagnosticado com princÃpio da doença e voltou a frequentar as reuniões e encontros sobre a doença para saber as mudanças e novos medicamentos para se tratar. Durante a conversa com o UOL, Carlos não conseguia lembrar datas especÃficas, mas se recordava bem das experiências do passado. Ele afirma que não ficou surpreso com o diagnóstico e conta como foi cuidar do seu pai.
Leia o depoimento:
Quando o geriatra diagnosticou meu pai, Antonio Stocco, com Alzheimer sai do consultório não sabia nem escrever o nome da doença para procurar a respeito na internet. Por não ter conhecimento sobre a doença, não chorei e não tive nenhuma reação ao saber do diagnóstico.
Portanto, quando fui diagnosticado com princÃpio de Alzheimer há um ano a primeira coisa que voltei a fazer foi frequentar as reuniões para me atualizar sobre as mudanças e os novos medicamentos para tratar a doença.
Quando meu pai morreu, há sete anos, eu frequentava às reuniões em solidariedade, mas depois acabei parando de vez de frequentar o grupo.
Nos primeiros sinais da doença procurei um geriatra de um hospital particular que aplicou diversos testes, mas ainda assim era preciso fazer o exame neuropsicológico para confirmar a doença, mas o teste era muito caro.
Nesses momentos as reuniões que eu frequentava ajudaram muito, pois eu via os depoimentos e já me preparava para lidar com situação quando ela acontecesse.
Mas meu pai foi muito bom durante a doença, muito tranquilo. Ele nunca foi agressivo comigo ou me mordeu, como algumas pessoas relatavam que seus familiares faziam.
Ele ficou internado por dois meses no final da vida, só se alimentava por sonda. Nós ainda assim tentamos manter ele casa, mas ficou muito complicado. Procuramos uma clÃnica e ele morreu depois de um mês.
Eu o visitei todos os dias, sempre ia lá fazer a barba. Eu ainda acho que ele morreu reconhecendo os familiares porque nos últimos dias ele sorria e se sentia bem quando tinha contato com a gente.