Boudou protagonizou três atos públicos desde o inÃcio de seu perÃodo à frente do Governo, no último dia 4 de janeiro, quando substituiu Cristina, que nesse mesmo dia extirpou a glândula tireóide depois de um diagnóstico inicial de câncer que logo em seguida foi descartado.
Ao contrário da presidente, que costumava liderar atos oficiais diariamente, o vice-presidente passa boa parte do dia em seu escritório, onde recebe funcionários e governadores em reuniões particulares.
"O Governo parece hibernar enquanto espera o retorno da presidente. Boudou evita assuntos conflituosos, se mostra cauteloso, moderado e com perfil discreto para tentar neutralizar os riscos de reprovação de setores do Governo", afirmou à Agência Efe o analista Jorge Arias.
Boudou, economista de 48 anos que ganhou popularidade por seu perfil roqueiro durante o primeiro mandato de Cristina, quando foi ministro da Economia, ficou à frente do Poder Executivo apenas 25 dias depois de assumir como vice-presidente.
Meios de comunicação locais informaram que o economista visitou Cristina mais de uma vez na residência presidencial de Olivos, nos arredores de Buenos Aires, onde se recupera "muito bem" da cirurgia, segundo fontes oficiais.
A presidente "foi operada no dia 4 de janeiro e já no dia 6 falava por telefone com o vice-presidente para passar instruções. A ausência real e concreta dela do poder real durou apenas dois dias", frisou o analista Rosendo Fraga.
De todas as formas, os especialistas não informaram detalhes da evolução da presidente, que se prepara para retomar suas funções em meio ao clima de distanciamento com poderosos lÃderes sindicais governistas, cortes de despesas e medidas protecionistas aplicadas pelo Governo para enfrentar a crise internacional.