Recessão no Brasil deve continuar em 2017, diz OCDE
02 junho 2016 - 09h15Por Agência Brasil
Relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado ontem (1º) aponta que a economia global está "presa em uma armadilha de baixo crescimento". Para a entidade, a situação exigirá uma utilização mais abrangente das polÃticas fiscais, monetárias e estruturais para retomar o crescimento. Sobre o Brasil, a OCDE diz que a recessão da economia brasileira deve ficar ainda mais forte este ano, e persistir em 2017, no contexto de "elevadas" incertezas polÃticas e das contÃnuas revelações sobre corrupção "que estão minando a confiança dos consumidores e dos negócios".
Dados da organização apontam que o Produto Interno Bruto (PIB) deve recuar 4,3% este ano e 1,7% em 2017. Em 2015, a OCDE estimou a contração de 3,9%, valor acima do registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica (IBGE), que apontou para uma queda de 3,8%.
"É urgente uma ação polÃtica global para garantir a saÃda deste caminho de crescimento decepcionante e impulsionar as nossas economias aos nÃveis que salvaguardem padrões de vida para todos", ressaltou GurrÃa.
O relatório aponta que, com o encolhimento da economia no Brasil, o desemprego tende a aumentar ainda mais. Já a inflação, vai voltar gradualmente à meta conforme os efeitos das altas dos preços administrados e da depreciação da moeda se dissipam, e a fraqueza da economia se expande.
"As profundas divisões polÃticas têm reduzido as chances de qualquer impulso notável sobre as reformas polÃticas no curto prazo e a dÃvida pública bruta continua a aumentar. Melhorias na confiança dependerão da capacidade das autoridades de implementar um ajuste fiscal significativo, incluindo medidas para garantir a sustentabilidade do sistema de pensões, e uma nova onda de reformas estruturais", aponta o documento.
O aumento da produtividade dependerá de reformas para aumentar a concorrência, reduzir as barreiras comerciais e os encargos administrativos e simplificar os impostos indiretos.