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Advogado vai a São Paulo tentar liberdade para ex-secretário preso

14 maio 2017 - 21h56
O ex-secretário de Estado de Fazenda, André Luiz Cance, e o dono da Gráfica e Editora Alvorada, Mirched Jafar Júnior, alvos da Operação Lama Asfáltica, passarão pelo menos mais alguns dias presos. Os pedidos de habeas corpus ainda não foram feitos ao TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região.

Sem dar detalhes, José Wanderley Bezerra, que advoga para Cance, informou apenas que vai a São Paulo, sede do TRF3, nesta semana e confirmou que ainda não havia entrado com o pedido de liberdade.

Neste sábado (13), ele afirmou apenas que ainda estava analisando os autos da investigação. "Estamos analisando o inquérito, existe o que já existia há um ano, nada que justifique prisão", afirma o advogado José Wanderley Bezerra neste sábado (dia 13)

Já Paulo Kalif, defensor de Mirched, não foi encontrado pela reportagem.

A última vez que Kalif atendeu às ligações disse que o MPF (Ministério Público Federal) alegou que os pedidos de prisão eram necessários para a garantia da ordem pública, o que para ele, é um conceito muito vago.

É justamente este argumento que será combatido no pedido de liberdade que o defensor fará em favor do cliente.

Até a tarde deste domingo (14), no sistema de consulta processual on-line do Tribunal não havia entrado pedido de habeas corpus em favor do dono da gráfica.

Cela nova – A noite deste domingo é a quarta que os dois alvos na quarta fase da Operação Lama Asfáltica passarão na prisão. Neste fim de semana, eles foram transferidos para a cela 17 do Centro de Triagem "Anízio Lima", no Jardim Noroeste – leste de Campo Grande.

Conhecida como a cela dos famosos, o local já recebeu presos como Edson Giroto – ex-secretário de Obras e também alvo da Lama Asfáltica –, o procurador aposentado Carlos Alberto Zeolla, o ex-prefeito Gilmar Olarte e também o policial rodoviário federal, Ricardo Hyun Su Moon, que matou empresário Adriano Correia do Nascimento, de 33 anos, no ano passado.

A cela 17 é um "seguro", ou seja, não tem contato com as demais 16 celas do pavilhão oposto. A unidade especial recebe presos com ensino superior e ex-policiais, por exemplo.

Prisões – Para pedir a prisão de André Cance, o MPF (Ministério Público Federal) argumentou que ele é "possivelmente uma das pessoas que mais enriqueceu com as práticas criminosas contra o erário sob investigação".

Em cinco anos, Ana Cristina Pereira da Silva, mulher de Cance, teve acréscimo patrimonial de 1.281%. A Receita Federal apurou que em 2010, ela tinha R$ 1.178.669,15 em bens e no fim de 2014, o patrimônio havia saltando para R$ 16.285.094,98 – 16 vezes.

Já uma das suspeitas levantada sobre Micherd é dilapidação de patrimônio "para evitar o ressarcimento ao erário e manter uma vida de luxo, com possibilidade de prosseguir nas atividades criminosas". A gráfica seria utilizada para lavagem de dinheiro.

Puccinelli – O ex-governador André Puccinelli se livrou da prisão, mas tem até esta segunda-feira (15) para pagar a fiança de R$ 1 milhão à Justiça.

Renê Siufi, advogado do ex-governador, chegou a pedir a revisão da decisão, mas a Justiça Federal negou retirar a exigência. Puccinelli também está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica.

Operação – Antes das 6h desta quinta-feira, a Polícia Federal saiu às ruas de Campo Grande e mais cinco cidades para prender três pessoas, levar outras nove para depor e vasculhar 32 endereços em busca de provas contra organização criminosa investigada por desvio de dinheiro público.

No Estado, equipes comandadas pela força-tarefa cumpriram dois dos três mandados de prisão e um dos alvos, Jodascil da Silva Lopes, é considerado foragido. Ele deve se apresentar nesta segunda-feira, conforme a assessoria de imprensa da Polícia Federal.

Dentre os alvos de mandados de condução coercitiva – quando a pessoas é obrigada a ir até a sede da PF para depor – estavam o ex-governador e o filho dele, André Puccinelli Junior.

A Lama Asfáltica, deflagrada em 2015 com base em investigações que começaram em 2013 e sobre o período de 2011 a 2014, apurou que a organização criminosa causou prejuízo de aproximadamente R$ 150 milhões aos cofres públicos, por meio de fraudes de licitações, desvio e lavagem de dinheiro.

Os investigadores – da PF, CGU (Controladoria-Geral da União) e da Receita Federal – estão em busca, justamente, do rastro do montante milionário que teriam sido desviados.

Nesta quinta, foi realizada a quarta etapa da operação, batizada de Máquinas de Lama, porque investigadores apuraram que parte dos pagamentos de propina era pagos por meio do aluguel de maquinário. Outras foram nomeadas Fazendas de Lama e Aviões da Lama.



Redação

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