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Fronteira

Consumidores paraguaios e bolivianos garantem o emprego de Ponta Porã e Corumbá

Consumidores paraguaios e bolivianos garantem o emprego de Ponta Porã e Corumbá

24 março 2016 - 10h30
A alta do dólar no Brasil vem proporcionando uma corrida de consumidores paraguaios e bolivianos ao comércio dos municípios de fronteira, principalmente Ponta Porã e Corumbá, em busca de produtos diversos e não apenas para o consumo próprio, mas também para revenda.

Com esse aquecimento do comércio nessas regiões, o número de empregados não só se recuperou como até aumentou nessas duas cidades. A informação é confirmada pelos presidentes dos sindicatos dos comerciários de Ponta Porã e Corumbá.

"Estamos vivendo uma boa temporada de vendas aqui na fronteira com o Paraguai. Se do lado vizinho, o comércio teve drástica queda em função da alta do dólar, no lado brasileiro o efeito da nossa crise econômica foi ao contrário, as vendas se aqueceram e isso atraiu consumidores paraguaios às nossas lojas e supermercados", afirmou Divino José Martins, presidente do Sindicato dos Comerciários de Ponta Porã – Sec/PP, filiado à Fetracom/MS e à Força Sindical MS.

Orlando Terredor, presidente do Sec Corumbá (Fetracom e Força) informa que a chegada dos bolivianos ao comércio corumbaense recuperou os 5.500 empregos existentes no setor e proporcionou até a contratação de alguns mais, principalmente na área de alimentação (supermercados e armazéns).

"Diáriamente, são dezenas de bolivianos que invadem nosso comércio, comprando de tudo e não só para consumo próprio, mas também para a revenda de nossos produtos nas cidades bolivianas", afirma o sindicalista lembrando que os comerciários também são beneficiados com esse aumento das vendas, não só pela manutenção dos empregos como também devido às comissões que recebem com as transações comerciais.

Em Ponta Porã, Divino José Martins afirma que não houve desemprego com a crise econômica que se instalou no Brasil desde o ano passado. "Pelo contrário, creio até que houve contratação de novos profissionais para suprir a demanda das lojas por atendimento a clientes paraguaios que chegam diariamente para suas compras", afirma. A cidade emprega em torno de 2,5 mil comerciários, sendo que em torno de mil são do setor de alimentação.

FISCALIZAÇÃO – Diante da grande movimentação de clientes, que exigem muito trabalho dos comerciários, tanto o sindicato laboral de Ponta Porã como de Corumbá, exercem constante fiscalização do setor para evitar extrapolação de jornada, não pagamento de horas extras e/ou sonegação de qualquer direito do empregado. Pedro Lima, presidente da Federação dos Empregados no Comércio e Serviços de Mato Grosso do Sul – Fetracom/MS, que preside o Sec/Dourados, ambos filiados à Força Sindical MS, disse que a entidade tem orientado os sindicatos a exercerem intensa fiscalização do setor para evitar abusos contra os direitos dos trabalhadores.

"Não podemos permitir que por conta desse aquecimento das vendas na região de fronteira com os países vizinhos, nossos trabalhadores tenham seus direitos violados. A fiscalização constante e o contato com a categoria, no próprio comércio, evita problemas", afirma o sindicalista.

Nas cidades onde não existem sindicatos dos comerciários é a Fetracom quem faz a fiscalização do comércio para evitar que os direitos dos trabalhadores sejam sonegados.

FORÇA – A Força Sindical Regional Mato Grosso do Sul tem apoiado a Fetracom e seus sindicatos de comerciários da região de fronteira, na fiscalização do setor para evitar problemas de sonegação de direitos dos trabalhadores. "Sempre que necessário, visitamos essas cidades para ajudar no que for preciso para que tudo flua de maneira ordeira e justa para os trabalhadores", afirma Idelmar da Mota Lima, presidente da central em Mato Grosso do Sul.

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