Caso seja necessário investigar a participação de Paulo Cezar dos Passos no episódio, seria necessária uma autorização do TJMS. Como o caso segue sob sigilo, a delegada não se manifestou e se limitou a confirmar a existência do procedimento na Delegacia.
Tatiana Armôa Machado era assessora direta de Passos e admitiu que foi quem mandou a carta. Ela atuava havia 15 anos no MPE sem concurso público, era apontada como 'braço-direito' de Paulo Passos e recebia em torno de R$ 16.856,58 mensais.
A investigação preliminar tenta descobrir quem teria sido o 'mandante' na trama, que teria tentado implicar o promotor de Justiça, Marcos Alex Vera, ex-chefe do Gaeco, num suposto vazamento de informações para a imprensa. No entanto, foram usados emails inexistentes e o amadorismo levantou suspeitas sobre a real motivação do episódio que começou a ser investigado por ordem do desembargador Paulo Alberto Oliveira, que já comandou o MPE.
Inicialmente, ele chegou a implicar diretamente Paulo Cezar dos Passos no caso, afirmando que cumpriu a 'missão' a mando e com anuência do Procurador-Geral. Mas, após uma reunião com o chefe da esposa, ele mudou a versão inicial e disse que se enganou. Pouco depois, a mulher foi exonerada.
Nesta sexta-feira, o Midiamax tentou entrevistar Marcos Alex, por meio da assessoria de imprensa do MPE, contudo, no fim da tarde, o jornal foi informado que o diálogo seria agendado para esta segunda-feira (25), num horário ainda a ser combinado.
Por WhatsApp, a delegada que conduz o caso, Ana Cláudia Medina, disse que "a apuração preliminar tramita em sigilo" e "quando puder se manifestar estará à disposição [da imprensa, no caso].
Sherlock
Tão curioso quanto ao histórico da correspondência foi o modo como foi descoberto de onde saiu a carta anônima que parou nas mãos do desembargador.
De acordo com o apurado pelo Midiamax, assim que o envelope foi entregue nas mãos de Paulo Alberto Oliveira, empossado desembargador em fevereiro deste ano, ele quis saber quem foi que havia entregue e a mando de quem.
Assim que localizado, o servidor implicou Jean Fernandes, assessor do vereador Eduardo Romero (Rede). Confrontado, o servidor afirmou que o material teria sido enviado com conhecimento, participação e anuência de Paulo Passos, o chefe do MPE.