Quando um administrador público deixa de pagar uma conta, gera um problema sério para o Município. No Brasil, não é incomum administradores deixarem contas para seus sucessores pagarem, apesar de estar em vigência a Lei da Responsabilidade Fiscal.
Em Ponta Porã, o prefeito Flávio Kayatt, desde que assumiu o cargo no ano de 2005, tem procurado pagar em dia os compromissos assumidos com fornecedores, empresas prestadoras de serviços e os servidores públicos.
No final do ano passado, por exemplo, Kayatt quitou no período de um mês, três folhas de pagamento, injetando cerca de R$ 15 milhões na economia local. O valor refere-se às folhas de novembro, dezembro e o 13° salário.
Além de manter as contas em dia, o prefeito tem procurado pagar contas deixadas pelos seus antecessores. Neste caso o maior valor fica por conta dos precatórios _ decisões judiciais que determinam ao Município o pagamento de dívidas. Kayatt já pagou 96 precatórios até o final do ano passado. O valor total pago é de R$ 7.053.689,92.
O pagamento dos precatórios é feito através de depósito em uma conta específica, administrada pelo Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul. Todo mês a Prefeitura deposita o dinheiro e o Tribunal determina quem deve receber.
Recentemente, o Tribunal de Justiça determinou que a Prefeitura, além de depositar os valores já definidos, efetuasse o depósito de cerca de R$ 400 mil na conta, baseado numa Resolução do Conselho Nacional de Justiça. O Município entrou com recurso, impetrando mandado de segurança no STF- Supremo Tribunal Federal, entendendo que a Resolução fere os princípios constitucionais.
Desta forma, a Administração Municipal, que efetua regularmente o pagamento dos precatórios, visa resguardar os interesses do município no recebimento de repasses de verbas federais e estaduais.
MAIS DÍVIDAS
Mas as contas deixadas para Kayatt pagar, não se resumem apenas aos precatórios. Outra conta “salgada” que já foi quitada pela atual administração é de cerca de R$ 1,5 milhão junto à Enersul.
Kayatt também renegociou e quita dívidas com o Previporã. Aliás, vale ressaltar que, além de efetuar rigorosamente em dia o repasse do dinheiro para o Previporã, a atual administração ainda paga débitos ao Instituto, referentes a exercícios anteriores ao ano de 2005, quando Kayatt assumiu a Prefeitura.
Na época, o Previporã tinha R$ 44 mil em caixa. Hoje o Instituto de Previdência Social do Município está com as contas saneadas e tem cerca de R$ 22 milhões em caixa, o que garante a tranqüilidade para os servidores públicos municipais que um dia estarão se aposentando e recebendo o benefício pago pelo Previporã.