quinta, 25 de abril de 2024
ANIVERSÁRIO DO ESTADO

MS 42 anos: Conheça a história do hino feito as vésperas da implantação do Estado em 79

10 outubro 2019 - 18h00Por Da Redação

Quem entoa e admira o hino de Mato Grosso do Sul, nem imagina que ele foi criado a poucos dias da cerimônia de posse do primeiro governador do Estado, Harry Amorim Costa, em 1° de janeiro de 1979. A melodia criada pelo maestro carioca Radamés Gnattali, deu o tom para que Jorge Antônio Siufi, e Otávio Gonçalves Gomes, desenvolvessem a letra em apenas cinco dias unindo história, geografia e poesia.

Na época foi aberto concurso para definição dos símbolos do Estado que escolheu a bandeira, o brasão e o hino, porém conforme o documentário “Hino – Glória e Tradição de uma gente audaz” – dirigido por Guilherme Cavalcante, Lizandra Moraes e Marcia Furtado – nenhum texto agradou o suficiente a comissão julgadora, e as vésperas da cerimônia de posse, durante o recesso de natal, os membros da academia sul-mato-grossense de letras foram chamados para compor a letra do hino em cima da melodia/partitura vinda do Rio de Janeiro. “Cinco dias no bairro Amambai fechados para finalizar o hino”, conta em trecho do documentário Jorge Siufi (in memorian), um dos compositores. 

A letra enaltece as belezas naturais do Estado, do potencial solo fértil que MS representava a época, para o futuro do Brasil, e dá destaque a figuras importantes de episódios históricos como a Retirada da Laguna e a Guerra do Paraguai. Entre os nomes que aparecem, o do político Vespasiano Martins, defensor da emancipação do sul do Mato Grosso; do Coronel Carlos de Morais Camisão que liderou a Retirada da Laguna; do Tenente Antônio João, um dos heróis da Guerra do Paraguai; Guaicurus são os guerreiros índios que lutaram na guerra; e Ricardo Franco engenheiro e militar português fundador do Forte Novo de Coimbra.

Essa história não poderia ser contada sem a ajuda da escritora e musicista Lenilde Ramos, que participou desde a criação da letra, ensaio primeira apresentação, e atualmente é a interprete oficial do hino de MS mundo afora. “Tenho forte ligação com o hino de Mato Grosso do Sul. Tive a oportunidade de fazer parte da equipe de transição que criou a primeira Fundação de Cultura do Estado, no período de junho a dezembro de 1978. Naquele período, mergulhei fundo na gestação do Mato Grosso do Sul, e uma das minhas tarefas foi acompanhar a materialização da letra. E também acompanhar os ensaios com a orquestra que iria executar o hino” descreve. 

A primeira apresentação foi na cerimônia de instalação do Estado, em 1° de janeiro de 1979 no Teatro Glauce Rocha. “A partir daquele momento, ele passou a fazer parte do meu trabalho. Tomei gosto por tocar e cantar o hino, e por divulgá-lo também”. A artista foi a primeira a adaptar o hino para a sanfona, ampliando ainda mais a identidade cultural do hino com as raízes sul-mato-grossenses. “A sanfona foi um caminho natural, pois foi um instrumento que me permitiu ir com facilidade aos lugares, as cidades do interior, depois algumas capitais brasileiras, já cantei o hino em Brasília algumas vezes, em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Goiânia, e até nos Estados Unidos, quando cantei o hino de Mato Grosso do Sul na sede das nações unidas (ONU). Hoje algumas pessoas se referem a mim como a mulher do hino, e eu fico feliz e honrada com essa referência, pois eu me sinto inteira uma representante da vida e da cultura de Mato Grosso do Sul”, declara com orgulho. 

Deixe seu Comentário

Leia Também

ECONOMIA

Cesta básica nacional terá 15 alimentos com imposto zerado

SAÚDE

SUS terá sala de acolhimento para mulheres vítimas de violência

ECONOMIA

Reforma propõe devolução de 50% em luz, água e gás a mais pobres

SAÚDE

Brasil tem quase 4 milhões de casos prováveis de dengue