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Polícia

Polícia fecha clínica de reabilitação onde pacientes eram vítimas de tortura

14 abril 2016 - 11h52Por Fonte: midiamax
Na tarde de quarta-feira (13), Polícia Civil fechou uma clínica de reabilitação para dependentes químicos em Sonora, cidade a 351 quilômetros de Campo Grande. O proprietário Thiago de Barros da Silva, de 31 anos, e o coordenador Adriano Alves Manoel, de 33 anos, foram presos suspeitos de torturarem os pacientes.

De acordo com a Polícia Civil, um paciente da clínica foi até a delegacia do município, denunciar abusos e torturas que outro interno havia sofrido no local, como forma de castigo. Ele relatou que Thiago e Adriano deram choques na barriga e no órgão genital de um rapaz de 29 anos.

A partir da denúncia, o delegado Francis Flávio Tadano Araújo Freire, com equipe da Polícia Militar, foi ao local.Segundo informações do site Edição MS, na clínica estavam 13 pacientes, incluindo três adolescentes, almoçando. Os policiais informaram aos internos sobre os motivos da operação policial, momento em que um deles entrou em prantos e levantou a camiseta, apresentando um ferimento no abdômen e contando que havia sido amordaçado com uma gaze, algemado e amarrado num "pau de arara".

No momento do resgate, todos os internos começaram a denunciar os maus tratos e agressões sofridas na clínica. Eles também informaram que eram impedidos de contar sobre as agressões aos familiares ou a terceiros.

Os internos também apresentaram todos os objetos que eram utilizados nas agressões e ameaças, como pedaços de madeiras e até mesmo uma furadeira. Os policiais encontraram um pedaço de madeira com a escrita "Você é especial, Jesus te ama e eu também", assim como uma extensão elétrica e um pedaço de fio que, segundo as vítimas, eram utilizados para dar choques. No escritório de Thiago, foram localizados uma algema e tacos de sinuca que também seriam objetos utilizados nas agressões.

Os pacientes informaram aos policiais que jamais houve a presença de um médico, psicólogo ou enfermeiro na clínica e que eles eram medicados por Thiago e Adriano. Foram apreendidos vários medicamentos de uso controlado, seringas, agulhas, gazes e outros objetos. Os autores e as vítimas foram encaminhados para a Delegacia de Polícia Civil.

A revolta dos pacientes era tanta que na delegacia eles ainda quiseram agredir os autores, porém foram contidos pelos policiais. A assistência social do município foi acionada para dar apoio aos internos e o caso foi registrado como crime de tortura, maus tratos, sequestro e cárcere privado.

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