quinta, 25 de abril de 2024

Polícia Federal de Ponta Porã entra em greve

07 agosto 2012 - 15h40
Mercosulnews


A partir desta terça-feira e por tempo indeterminado, a Delegacia da Polícia Federal em Ponta Porã estará de portas fechadas, já que a categoria, a exemplo do que ocorre em todo o Brasil, decidiu cruzar os braços, numa greve que reivindica a reestruturação das delegacias e das condições de trabalho para os policiais.
Na fronteira ficarão especialmente prejudicados os serviços de liberação de vistos de entrada para paraguaios que precisam viajar para campo Grande e outros locais do país, principalmente a negócios e para tratamento de saúde.

Param também as investigações, as barreiras e todas as atividades atribuídas a agentes, escrivães e papiloscopistas.

Nesta segunda-feira, o presidente do Sindicado dos Policiais Federais em Mato Grosso do Sul, Jorge Luiz Ribeiro Caldas, disse por telefone que a paralisação não tem data para acabar, mas que dentro de três dias a categoria fará uma avaliação do movimento e um novo contato com o governo federal de onde são aguardadas providências.

Ele encaminhou nota oficial, explicando os motivos da paralização. A íntegra da nota é a seguinte:

“Os agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal aguardam há cerca de três anos a reestruturação de nível superior da carreira policial, após várias oficinas e reuniões realizadas no MPOG - Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão em Brasília-DF.


Essa distorção é reconhecida pelo MPOG que publicou no caderno 57, o reconhecimento de carreira de nível superior dos três cargos acima citados, ficando de apresentar e corrigir até a data de 31 de julho a reestruturação dos policiais federais.


Acontece que o prazo prometido venceu e a categoria policial foi empurrada para uma greve, onde o maior prejudicado será sempre o cidadão brasileiro, pois com essa omissão governamental ficam precários os serviços de inteligência, operações de policiamento preventivo e repressivo das atribuições constitucionais do DPF, bem
como serviços administrativos oferecidos a população como a emissão de passaportes, porte de armas, atendimento de oitivas cartorárias.


Vamos atender, respeitando o preceito constitucional do Direito de Greve do servidor público com a manutenção dos serviços emergenciais.


Respeitaremos o cidadão que procurar o DPF-MS, informando-o da greve,
distribuindo uma carta aberta.


Acentuamos, que não é nossa intenção prejudicar a sociedade brasileira, mas sim exigir o respeito do governo federal na correção da distorção da reestruturação de nível superior dos escrivães, papiloscopistas e agentes do DPF, conforme publicada no caderno 57 do MPOG.


Ademais, os policiais federais em Mato Grosso do Sul já vem denunciando o sucateamento das Delegacias de Polícia Federal, em representações ao MPF e à Justiça, com delegacias na região de fronteira que não oferecem a mínima infraestrutura para o exercício da atividade policial, com condições de trabalho péssimas, com a guarda de veículos apreendidos inclusive em frente as DPF’s e bens da União e a manutenção da custódia de presos de forma deficiente e sem a devida infraestrutura.


Como efetuar um serviço de excelência à população, se estamos abandonados pelo governo federal?


Desta forma, os policiais federais irão entregar às 9 horas do dia 7 de agosto as suas armas, algemas e distintivos no primeiro dia de greve na frente da Regional e delegacias no interior do Estado.


Cordialmente nossos agradecimentos nesse momento de luta”.

Jorge Caldas
Presidente do SINPEF-MS

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