sábado, 20 de abril de 2024
CULTURA

Fasp propaga valores da democracia, respeito e da paz

Evento terá duração de quatro dias com muita cultura, arte e música

23 maio 2018 - 17h00Por Da redação

Democracia, respeito e paz. São esses os três pilares que o 14º Festival América do Sul Pantanal sustenta e que serão o foco das discussões do Seminário de Cultura e Cidadania, com a coordenação de Athayde Nery, secretário de Estado de Cultura e Cidadania de Mato Grosso do Sul. “Quando escolhemos o tema Cultura e Cidadania sem fronteiras tínhamos a proposta de aprimorar e propagar o diálogo, a paz, o respeito e a democracia no Fasp”, ressalta. “Do ponto de vista humano não existem fronteiras, e o nosso festival deve servir como contraponto a essa onda de autoritarismo e intolerância no mundo em que vivemos”, acrescenta.

Seminários e palestras estão programados a partir de amanhã (24), até domingo (27), na Unidade 3 (Porto Geral) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). O Seminário de Cultura e Cidadania, na tarde desta sexta-feira (25.5), contará com o ministro da Cultura do Paraguai, Fernando Grittith. “Por meio do Fasp, que agrega dez países em um Mato Grosso do Sul que está no coração do continente, queremos ser a conexão dos povos da América do Sul, mostrar nossos valores culturais para o mundo”, destaca o secretário.

Nery pretende colocar o Festival América do Sul Pantanal na agenda cultural da América do Sul, de forma a atrair cada vez mais a atenção e participação de artistas, intelectuais, formadores de opinião e visitantes de diferentes pontos do mundo para os eventos em Corumbá. “Queremos mostrar nossa região como polo cultural e uma artéria da navegação, um polo aquífero com os recursos hídricos mais importantes do mundo”, enfatiza.

Transformação pela cultura

Na cidadania, o secretário afirma que o Fasp cumpre o papel de revelar os valores da transformação por meio da arte e da cultura. Cita o caso de um dos homenageados do Festival, o maestro paraguaio José Assunción Flores, inventor da guarânia, gênero que representa a máxima expressão musical do Paraguai e ecoa em todo o continente, entre milhares de fãs e seguidores. “José Assuncíón Flores é um exemplo do poder de transformação pela cultura. Até a juventude ele vivia nas ruas, mas o contato com a música mudou a sua vida e o colocou numa trajetória de sucesso, até se tornar maestro”, acentua.

Ele destaca a importância do encadeamento de políticas públicas para a cultura e a criação do Sistema Estadual de Cultura, de forma a agregar os valores culturais e cidadãos à economia. Parte do princípio que cultura não é custo, é investimento. “Cada real investido na cultura transforma-se em sete reais na economia”, contabiliza.

Neste ano, segundo o secretário, o diálogo com Corumbá e região está mais presente no Fasp, em grande parte pela realização de uma audiência pública que permitiu aos organizadores receber propostas e demandas locais. Experiência que acabou direcionando com mais acerto a programação. “Um exemplo disso é que o Fasp deste ano reúne as escolas, professores e estudantes da região no Circo da Cultura e Cidadania (CCC), que será montando no Porto Geral para apresentação das coreografias de cerca de 500 estudantes”, acentua.

O secretário lembra ainda outro fato inédito: o Fasp chega neste ano a quatro bairros de Corumbá, com oficinas e apresentações de música e dança, ampliando o acesso aos bens culturais. Também ainda inédito na programação, um circuito cultural irá percorrer as três comunidades quilombolas ribeirinhas reconhecidas de Corumbá.

Nery cita o Festival Curimba, também conhecido como “encontro de atabaques”, que vai reunir cerca de 30 seguidores da umbanda e candomblé na Concha Acústica do Porto Geral, em uma programação até aqui inédita no Fasp. Eles vão representar cerca de 400 terreiros das religiões de matrizes africanas de Corumbá e Ladário em um festival de dimensão cultural e popular, em que os atabaques (tambores cônicos) ditam o ritmo dos cânticos e louvores aos orixás. “O Festival Curimba pode ser o primeiro passo para fazermos um levantamento para registro oficial do número de tendas de umbanda e candomblé em atividade na nossa região, assim como foi feito em Brasília”, destaca.

Palestrantes são destaques na UFMS

O jornalista, consultor e professor de gestão pública Jorge Melguizo será um dos palestrantes na Unidade III da UFMS. Ex-secretário da Cultura e de Desenvolvimento Social de Medellín (Colômbia), ele vai falar sobre cultura cidadã, desenvolvimento organizacional da sociedade civil, convivência e segurança na manhã desta sexta-feira.

Outra palestra traz o geólogo alemão Detlef Walde para contar como foi ter feito a descoberta em solo corumbaense, nos anos 1980, do fóssil de um invertebrado com cerca de 550 milhões de anos que ele batizou de Corumbella, em homenagem a Corumbá.

O jornalista paraguaio Mário Rubén Alvarez fará uma palestra sobre o saudoso maestro paraguaio José Asunción Flores, que ao lado do ex-prefeito de Corumbá, Ruiter Cunha, falecido em novembro de 2017, será homenageado in memoria no Fasp.

Outras palestras focalizam o fundador da Fraternidade Sem Fronteiras, Wagner Moura, ONG campo-grandense reconhecida internacionalmente pela ajuda humanitária a crianças e adolescentes, e o professor doutor Richard Perassi sobre o Contexto Sócio-Político Contemporâneo de Designer e Arte.

O seminário “Itan Otito Wa – Nossa Verdadeira História”, acontece no domingo e focaliza a ancestralidade da população negra do Brasil. O Festival América do Sul Pantanal é uma realização do Governo de Mato Grosso do Sul e da prefeitura de Corumbá.

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