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Ricardo Macchi desabafa: ‘Sentem necessidade de acreditar que sou boçal’

31 agosto 2011 - 15h30
Ator lembrado como o monossilábico cigano Igor em novela fala sobre as críticas do passado e do comercial com Dustin Hoffman

EGO

O fato de ter gravado recentemente um comercial com Dustin Hoffman para uma marca de carro, cujo slogan diz que “não é preciso ser grande para ser um ‘atorzão’, e também não é preciso ser grande para ser um ‘carrão’”, talvez indique que Ricardo Macchi, conhecido por seu personagem cigano Igor em “Explode Coração”, tenha superado as duras críticas do passado.

“Isso (gravar um comercial com Dustin Hoffman, dirigido por Fernando Meirelles) é a maior prova do sucesso do meu primeiro personagem na TV em novelas. É mais uma grande conquista na minha vida”, disse ele em entrevista ao EGO.

Mas, 15 anos após a exibição da novela, Macchi parece ainda carregar as marcas dos ataques sofridos pela mídia e das piadas recorrentes citando a sua famosa frase na trama, “Dara, eu te amo”. Seu perfil em uma rede social é na verdade um grande desabafo e uma tentativa de mostrar que ele é, sim, um “atorzão”, sindicalizado desde 1987 e que se aprimorou ao longo dos anos.

“Pessoas sentem necessidade de acreditar que sou boçal, que mereço ser apedrejado”, desabafa ele, para logo depois afirmar: “Talvez se fosse negro, nordestino, gay, teriam medo de me massacrar e serem processados por neonazismo, mas preconceito é somente contra supostas minorias”.

Durante as gravações da novela, Macchi afirma não ter sido ajudado por ninguém, nem pelos diretores da novela nem pelos colegas, e se ressente disso. “Um diretor que conversa com um ator durante um minuto sobre uma determinada cena antes de gravá-la, fará com o que ator/atriz possa vir a ganhar prêmio como revelação”, diz, na entrevista. Colocado na fogueira, acabou sendo fadado a ficar mudo o resto do folhetim, como “um espírito”.


Pego para Cristo por conta do cigano Igor, Macchi acredita “ter a missão” de sentir a dor do preconceito na pele e confessa ter ficado abalado emocionalmente e com problemas de auto-estima, pelo menos por um período. Mas, apesar do trauma, ele se considera um vencedor. “Nunca precisei de nenhum remédio para dormir ou de álcool ou qualquer tipo de droga. Sou um grande vencedor e tenho a minha dignidade”.


Premiado por documentários

Depois de “Explode Coração”, Ricardo ficou ainda mais cinco anos na Rede Globo, tendo atuado em novelas como “Por Amor” e “Malhação”. Mas o ator acabou se destacando mesmo por trás das câmeras, ao produzir do próprio bolso 33 documentários de responsabilidade social. Com estes projetos, participou de festivais como o de Gramado e levou o Troféu JK na categoria Empreendedor da Década em Educação Ambiental.

Seu último grande projeto, no entanto, foi como ator, no longa “Tubarões de Copacabana”, ao lado de Raul Gazolla e de Rayanne Morais, namorada de Latino. O filme, ainda sem previsão de lançamento, mostra as aventuras de surfistas quarentões e cinquentões. Macchi é um deles.


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