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SAÚDE

7 das 8 vacinas obrogatórias para crianças têm cobertura abaixo da meta

04 junho 2019 - 15h45Por G1

Sete das oito vacinas obrigatórias para crianças encerraram 2018 com a taxa de cobertura abaixo da meta, segundo balanço informado pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira, dia 03 de junho. Apenas a vacina BCG alcançou o nível desejado, acima de 90% de imunização do público-alvo.

As outras sete vacinas infantis, com meta de 95%, não atingiram o índice previsto: rotavírus, meningocócica C, pneumocócica, poliomielite, pentavalente, hepatite A e tríplice viral. Junto com a BCG, elas protegem as crianças contra as doenças graves mais comuns na infância.

A vacina BCG terminou 2018 com cobertura de 95,63%, de acordo com os dados preliminares do ministério. Veja, abaixo, os números mais recentes compilados no último 14 de maio, para cada uma das oito vacinas infantis obrigatórias:

1. BCG

Mesmo no caso da BCG, o gráfico acima mostra uma redução no nível de cobertura. Em 2011, a cobertura superava o público prioritário, alcançando o índice de 107,94%. Em 2018, a cobertura foi de 95,63% - acima da meta de 90%, mas em tendência de queda nos últimos anos. O estado com melhor cobertura foi Alagoas (109,12%) e a pior cobertura foi na Bahia (81,42%).

2. Rotavírus

A vacina contra o rotavírus viu um leve aumento dos níveis de cobertura nacional, mas voltou a cair nos últimos anos e ficou abaixo da meta de 95%. Em 2018, o índice registrado no Brasil foi de 87,87%. O estado com melhor cobertura foi o Ceará (105,54%). A pior cobertura ficou no Pará (68,99%).

3. Meningocócica C

De 2011 para 2018, houve uma queda evidente na cobertura da vacina meningocócica C, passando de 105,66% para 85,67%. A meta era 95%. O estado com melhor cobertura no ano passado foi o Ceará (104,98%), enquanto o pior foi o Pará (63,09%).

4. Pneumocócica

Embora os níveis de cobertura da pneumocócica tenham aumentado nos últimos oito anos, passando de 81,65% para 91,51%, o índice de cobertura ficou abaixo da meta de 95% em 2018. O estado com maior cobertura foi novamente o Ceará (109,28%) e a proporção mais baixa ficou na Bahia (81,62%). A meta era 95%.

5. Poliomielite

No caso da vacina contra pólio, a cobertura nacional em 2018 chegou a 86,33%, bem abaixo dos 101,33% registrados em 2011 nessa série histórica. A meta era 95%. No Ceará, a cobertura alcançou o patamar de 102,42%, enquanto o estado com cobertura mais baixa foi o Pará (66,54%).

6. Pentavalente

A vacinação contra as cinco doenças da vacina pentavalente também viu seus índices de cobertura caírem ao longo dos anos. Em 2018, foram vacinados 85,26% das pessoas que compõem o público prioritário. Em 2011, eram 98,97%. A meta de vacinação era 95%. Novamente, o Pará foi o estado com menor cobertura (55,45%), enquanto a maior foi no Ceará (99,16%).

7. Hepatite A

Como mostra o gráfico acima, a vacinação contra hepatite A começou a ser oferecida na rede pública somente em 2014, quando a cobertura chegou a somente 60,13% do público prioritário. Em 2018, embora a meta fosse 95%, a cobertura alcançou somente 80,95%. O estado mais bem coberto foi o Mato Grosso do Sul, com 91,03%. Já o menos coberto em 2018 foi o Pará, com 65,28%.

8. Tríplice viral

A vacina tríplice viral obteve cobertura de 90,5% do público alvo em 2018, bem abaixo dos 102,39% registrados em 2011 em todo o país. A meta era de 95%. O Ceará marcou o índice de cobertura mais alto (106,9%) e o mais baixo ficou no Maranhão (81,82%).

Retorno de doenças

O risco de retorno de doenças erradicadas, como o sarampo e a poliomielite, por exemplo, é a principal consequência da queda da cobertura vacinal. Isso poderia desencadear um problema maior de saúde pública.

O principal motivo, segundo o ministério, é o fato de que os brasileiros percebem menos o risco de ficar doente e têm pouco conhecimento sobre a gravidade das doenças imunopreveníveis.

Em diversas ocasiões, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) afirmou que o sucesso das campanhas de vacinação, ao longo das últimas décadas, reduziu drasticamente o contato dos brasileiros com essas doenças. Mas é justamente essa falta de contato direto com as doenças que leva o brasileiro a se vacinar menos.

 

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