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Saiba quem levou mais torcida ao estádio no futebol sul-mato-grossense

Saiba quem levou mais torcida ao estádio no futebol sul-mato-grossense

02 maio 2012 - 12h12
G1 MS

Qual clube atraiu mais torcedores ao estádio no campeonato sul-mato-grossense deste ano? Quem conseguiu a maior renda? E quem ficou com as arquibancadas vazias? A reportagem do GLOBOESPORTE.COM foi atrás das respostas e apresenta um levantamento exclusivo sobre o público e a renda da principal competição do futebol estadual.

Os números são baseados nos borderôs divulgados pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), e se referem aos 84 jogos disputados na primeira fase - entre os dias 11 de fevereiro e 8 de abril. Em números absolutos, a 1ª fase gerou receita de R$ 318 mil aos cofres de 14 times. Mais de 48 mil pessoas compareceram aos estádios em 12 cidades.

Líder de público na primeira fase, o Aquidauanense atraiu 6,8 mil torcedores em seis jogos disputados no estádio Noroeste. Em seguida, o Misto aparece com 6,5 mil torcedores em seis partidas no estádio Madrugadão, em Três Lagoas.

Águia Negra e Sete de Dourados também fizeram bonito, levando mais de 5 mil pessoas às arquibancadas em casa na primeira fase.


O time de Aquidauana também lidera no quesito arrecadação, com R$ 48,6 mil, seguido de Sete de Dourados (R$ 46,7 mil), Misto (R$ 42,6 mil) e Naviraiense (R$ 29,9 mil).

Nem sempre a equipe que arrasta mais torcedores ao estádio é a que mais arrecada. Isso pode ser explicado pelo valor que cada clube cobra pelo ingresso. Embora o Águia Negra tenha atraído maior número de torcedores do que o Naviraiense (diferença de 1 mil pessoas), o time de Rio Brilhante cobrou em média R$ 6,99 por pessoa. A média em Naviraí foi superior: R$ 9,58.


Na outra ponta, os três times de Campo Grande decepcionam quando o assunto é torcida. O MS Saad viu apenas 911 torcedores em seis jogos no estádio Jacques da Luz. O Maracaju levou ao estádio Loucão pouco mais de mil pessoas. O Comercial-MS, maior campeão estadual em atividade na Série A, teve público de 1,6 mil torcedores em seus jogos, também no Jacques da Luz. E o Cene, atual campeão e que este ano vai disputar a Série D do Brasileirão, atraiu 1,8 mil adeptos ao Olho do Furacão.


Os quatro piores no quesito torcida também vão mal na arrecadação: MS Saad (R$ 4 mil), Maracaju (R$ 7,1 mil), Comercial (R$ 9,9 mil) e Cene (R$ 13,6 mil). Se fosse somada, a renda dos lanternas seria inferior à do líder Aquidauanense.

Dia e hora ideais

Alguns times costumam reclamar da realização de jogos às quartas-feiras, argumentando que a torcida não comparece tanto como em jogos nos finais de semana. Mas a diferença não é tão grande. A média geral de público na quarta-feira foi de 526 torcedores por jogo, ligeiramente inferior à média do domingo (594) e do sábado (630). O que interfere de fato é o horário.

Enquanto que a média de público nos jogos à tarde (15 e 16 horas) foi de 450 pessoas, no período noturno (19 e 20 horas) é bem superior: chega a 790 pessoas por jogo.

Este ano, pela primeira vez a TV Morena transmitiu partidas do campeonato sul-mato-grossense, e a cobertura ao vivo ajudou a colocar mais torcedores nos estádios. O jogo de maior público na primeira fase foi a vitória do Misto sobre o Comercial-MS, no dia 11 de março, com 1.904 torcedores em Três Lagoas. A partida de maior renda também foi vista na tela da emissora. O Sete de Dourados arrecadou R$ 13,9 mil na derrota por 2 a 1 em casa para o Ivinhema, em 12 de fevereiro.

Opinião dos clubes

O diretor do finalista Águia Negra, Jean Kleber, comemora o comparecimento da torcida nos jogos do time e ressalta que o público cresce a cada ano.

- Cada ano que passa, a torcida vem aumentando em Rio Brilhante e está bem variada, como pessoas mais velhas e mais novas. O trabalho do torcedor com o Águia Negra está de parabéns.

Para os dirigentes dos clubes da capital sul-mato-grossense, não há o que comemorar. O presidente do Cene, José Rodrigues, classifica como muito exigente o torcedor campo-grandense.


- O torcedor de Campo Grande exige um pouco mais das equipes, que estejam em uma divisão superior, principalmente nas competições nacionais. E como nós ainda estamos na última divisão do futebol brasileiro, é bem possível que isso tem contribuído para o afastamento do torcedor dos estádios.
Mais enfático na lamentação e na crítica, o dirigente do Comercial, Carlos Alberto Assis, condiciona a melhora do desempenho dos times ao apoio da torcida. Para o presidente comercialino, o torcedor é a peça fundamental para reerguer o futebol de Campo Grande.

- Para formar um bom time, primeiro o torcedor tem que comparecer, porque a diretoria tem que sentir motivada, tem que ter recursos. Com o torcedor enchendo os estádios, o patrocinador vem e, consequentemente, o time terá bons jogadores.

Propostas da Federação

Para a Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), os números de público e renda do campeonato estadual são positivos, mas ainda há muita coisa a se melhorar. O vice-presidente da entidade, Marco Antônio Tavares, diz que os clubes têm a responsabilidade de buscar saídas para motivar o torcedor a comparecer aos estádios e, com isso, arrecadar cada vez mais com a venda de ingressos. Algumas sugestões já foram apresentadas aos dirigentes.
- Penso que nossas equipes deveriam trazer jogadores de renome nacional, com trajetórias ligadas a grandes clubes. Em outros estados, isso tem sido feito, como em Alagoas e Goiás, onde Túlio Maravilha atuou no ano passado. Além disso, os times locais poderiam firmar parcerias com o comércio da cidade, para que o torcedor pudesse trocar notas fiscais por ingressos.


A FFMS também tenta fazer sua parte para manter o futebol profissional em atividade durante o ano inteiro.
- Queremos implantar um calendário no segundo semestre para manter os clubes mobilizados e organizados. Já fizemos a Copa MS, de outubro a dezembro de 2010, mas não vingou. Será uma coisa importante para que os clubes possam dar sequência ao trabalho.

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