Um estudo comparativo entre destros e canhotos realizado por pesquisadores da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto e pela Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa, ambas em Portugal, avaliou as diferenças existentes entre esses grupos quando a velocidade do estímulo varia.

A pesquisa foi publicada na Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, em setembro deste ano, e participaram 24 universitários de ambos os sexos, sendo metade canhota e metade destra. Segundo Paula Rodrigues e colegas, os participantes foram submetidos a testes de resposta de estímulo tanto com a mão de preferência quanto com a outra. Os universitários deveriam apertar um botão em simultaneidade com o acendimento de um dispositivo.

Segundo o estudo, os canhotos apresentam leve vantagem quanto às diferentes velocidades de estímulo, sem apresentar antecipação ou variabilidade na hora de responder. Os autores notaram ainda que o sexo teve um efeito significativo apenas nos canhotos, sendo o sexo masculino mais preciso e menos enviesado em suas respostas.

Outro fato interessante, segundo os pesquisadores, é quanto à assimetria manifestada pelos estudados. Segundo eles, somente os canhotos apresentaram assimetria manual a uma velocidade específica de 268 cm/s.

Os autores esclarecem, porém, que esses resultados isolados não devem levar a conclusões determinantes, sendo que a atenção é um fator importante na execução dos testes. “Os resultados sugerem que parece ser a componente atencional que distingue destros e canhotos em tarefas de antecipação-coincidência onde a velocidade do estímulo é manipulada”, alegam.

De acordo com estudos anteriores, a escolha de preferência manual expressa diferenças no comportamento humano e parece ter origem biológica e genética, manifestando-se desde o nascimento. Os autores lembram que cerca de 10% da população é canhota.