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'Ele jogou o ônibus em cima', diz mãe de jovem atropelado e morto

'Ele jogou o ônibus em cima', diz mãe de jovem atropelado e morto

07 maio 2012 - 16h10
G1


A mãe do garçom Davison da Silva, um dos dois jovens atropelados por um ônibus na madrugada da última segunda-feira (30), em um distrito de Corumbá, a 444 km de Campo Grande, conta que a motocicleta em que os rapazes estavam tinha dado passagem para o ônibus. "Eles pararam, mas ele [o motorista] jogou o ônibus em cima deles. Acredito que não teve tempo de eles correrem", diz Shyrley da Silva.

Além de Davison, o colega de trabalho dele, Vitor Pedro de Barros, ambos de 25 anos, também morreu após ser atingido pelo veículo. O caso aconteceu no distrito de Albuquerque, a 40 km da sede do município. Segundo a polícia, Vitor e Davison foram atropelados a menos de três quilômetros da pousada onde trabalhavam.

O corpo de Vitor ficou preso à roda do ônibus e foi arrastado por cerca de 300 metros. "O ônibus decerto catou ele pelo meio e foi. O boné estava só lama", relata Inês Conceição Tavares Barros, mãe de Vitor. "Muitas lesões mutiladoras, características de acidente de tráfego, mas em decorrência da violência os corpos ficaram deformados", diz o perito criminal Daniel Dias da Costa.

A motocicleta ficou presa debaixo do ônibus e explodiu quando o tanque de combustível começou a vazar. O motorista não parou, e a motocicleta ficou destruída após ser arrastada por cinco quilômetros.

Cerca de 25 km depois, o ônibus finalmente parou. Segundo a polícia, o motorista jogou o veículo de frente contra um ônibus que vinha de Corumbá. O motorista do veículo atingido, Luis Mário Queiroz, de 58 anos, lembra do que aconteceu. "Quando vi ele, encostei mais para o meu lado, para desviar dele. Tinha lugar para ele passar, só que ele não desviou de mim, veio para cima, na contramão".

Luís teve um corte profundo na cabeça e ferimentos no olho, pernas e peito. Está internado e sem previsão de alta. "Perdi muito sangue dentro do carro, e depois fiquei sentado na porta sangrando bastante. Fiquei com medo de morrer e e deixar minha família", conta.

O motorista agressor ficou preso às ferragens. Foi socorrido e levado para a Santa Casa de Corumbá. Teve fraturas na bacia, pernas e braços. Embora esteja internado, ele está preso. Um policial militar faz a segurança do quarto. À delegada responsável pelo caso, o homem diz não se lembrar de nada.
O suspeito foi indiciado por lesão corporal grave e duplo homicídio doloso, quando há intenção de matar. "O que me chamou mais a atenção foi a pessoa se utilizar de um ônibus para matar pessoas. É a primeira vez que vejo isso”, afirma a delegada Joilce Silveira Ramos.

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