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SAÚDE

Em Mato Grosso do Sul, imunização contra poliomielite é a menor dos últimos seis anos

Doença foi notificada na Venezuela depois de quase 30 anos e países vizinhos ficam em alerta

24 junho 2018 - 11h45Por Da redação

Mato Grosso do Sul registrou o menor número de imunizações contra poliomielite dos últimos seis anos. De acordo com um levantamento do Ministério da Saúde e reportagem do Correio do Estado, apenas 88% das crianças do Estado tomaram vacina para combater a paralisia infantil no último ano. A meta é imunizar 95% deste público.

A redução no índice de imunização é ainda mais preocupante somada a emissão de alerta da Secretaria de Estado de Saúde (SES) aos municípios do estado quanto ao vírus e à vacinação. Depois de quase 30 anos sem ser notificada na América do Sul, a poliomielite foi detectada na Venezuela, em uma criança de 2 anos e 10 meses de idade, moradora de uma comunidade indígena

Conforme a SES, a situação requer atenção por parte da Vigilância e Imunização, uma vez que é grande o contingente de venezuelanos com livre acesso ao Brasil e que se deslocam para diversos estados.

Desde 2016, a meta de imunização contra a poliomielite não é atingida no estado. Neste período, o porcentual de crianças vacinadas foi de 93,78%. Entre os anos de 2011 e 2015, a meta foi superada, chegando a atingir os 130,10% em 2014.

Conforme o Ministério da Saúde, a poliomielite é uma doença infectocontagiosa viral aguda, caracterizada por um quadro de paralisia flácida, de início súbito. O déficit motor instala-se subitamente e sua evolução, freqüentemente, não ultrapassa três dias. Acomete em geral os membros inferiores, de forma assimétrica, tendo como principal característica a flacidez muscular, com sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido.

No Brasil, não há circulação de poliovírus selvagem desde 1990, em virtude do êxito da política de prevenção, vigilância e controle desenvolvida pelos três níveis do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, três países ainda são considerados endêmicos (Paquistão, Nigéria e Afeganistão).

Alerta

Ainda segundo o site, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiram um documento, no dia 8 de junho, avisando sobre o caso da criança venezuelana e sobre a cobertura vacinal. A nota pede que os países mantenham, e atinjam, a cobertura vacinal da poliomielite maior ou igual a 95% em cada município.

Em nota, a SES ressalta que “considerando as baixas e heterogêneas coberturas vacinais para a poliomielite em vários municípios do Estado, e o não alcance das metas preconizadas para os indicadores da Vigilância da Paralisia Flácida Aguda, é de extrema urgência a intensificação das ações de vigilância e imunização para o alcance dos indicadores preconizados por ocasião da certificação de país livre da circulação de poliovírus”.

Ainda segundo o documento da secretaria é de suma importância a notificação e investigação imediata da doença que deve ser feita para a área técnica de Doenças Agudas da SES. “Reforçamos o que já se encontra estabelecido para vigilância da poliomielite, como a necessidade de notificação e investigação imediata”, diz a nota.

A criança venezuelana detectada com o poliovírus vacinal, é portadora de Paralisia Flácida Aguda (PFA), e não tem antecedentes vacinais. Devido a isso, a SES e os órgãos internacionais de saúde pedem atenção redobrada aos casos de PFA, com sintomas súbitos, em menores de 15 anos, independente da hipótese diagnóstica, já que a doneça é um dos sintomas da poliomielite.

Campanha

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite acontecerá no período de 6 a 24 de agosto de 2018. O esquema vacinal do Calendário Nacional de Vacinação é composto por três doses da Vacina Inativada Poliomielite (VIP), administradas aos dois, quatro e seis meses de idade, com a vacina oral poliomielite (VOP0); aos quinze meses e aos quatro anos de idade.

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