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Exemplo de vida: Aos 9 anos, Pedro reinventa a vida com único pé

10 setembro 2012 - 13h50
Campograndenews


Em meio às brincadeiras de pipa, jogo de futebol, aulas e travessuras da infância, Pedro Henrique, de 9 anos, ainda nem se dá conta, mas é um exemplo de superação.

Se uma malformação congênita determinou ainda antes de nascer que ele não teria os dois braços e uma das pernas seria atrofiada, o dia a dia mostra que com um pé, disposição e amor familiar, a vida ensina novos significados para o conceito de normal.

Sem as mãos, ele usa o pé para segurar o pente, os alimentos, empinar pipa, escrever, desenhar. Grávida aos 15 anos, Agnes Tatiane Pinto Barbosa se desfez em lágrimas ao saber do problema físico do bebê. “Fui chorando para o hospital”, conta, hoje com 24 anos. O maior medo era de que o filho fosse para sempre dependente.

Mas aos seis meses, o bebê Pedro começou a jogar por terra as aflições da mãe. O menino brincava no tapete da sala, quando, de repente, estava com um parafuso na boca. “Levei um susto, como ele conseguiu colocar aquilo na boca. Aí que descobrimos que ele conseguia pegar as coisas com o pezinho. Ele foi se descobrindo”, conta.

Aos 3 anos, Pedro passou a usar uma prótese na perna. Mas, as constantes quedas da criança, levavam a mãe ao desespero. Determinada, ficou sabendo do trabalho realizado no hospital Sarah Kubitscheck, em Brasília, e não desistiu até conseguir tratamento para o filho. “Venci pelo cansaço, ligava de manhã e à tarde”.

O garoto aprendeu a nadar e, no hospital, virou exemplo de esperança para aqueles que, numa das reviravoltas da vida, se viram privados de perna, braço e seus movimentos. “Na ala dos cadeirantes, eles brincam até de trenzinho de cadeiras. Tem mãe que pede para deixar o Pedro perto do filho, para que ele se anime”, relata Tatiane.

Peralta, Pedro já nadou até no lago Paranoá e faz piada com os pais, porque eles não sabem nadar. Se o menino aprende a superar os limites, a mãe foi forçada a deixar de lado a superproteção. “Ele estava ficando muito danado, não posso passar a mão na cabeça. Hoje não tem diferença entre ele e o irmão. Se precisar, vão os dois pro castigo”, afirma mãe.

Alex Ximenes, de 25 anos, pai do menino, conta que estimula Pedro a não desistir. “Quando ele fala que não vai conseguir, pergunto se ele tentou”. Para a mãe, o menino, pelo seu desempenho na água pode ser um atleta paralímpico. No futuro, Pedro se vê um policial. Um desenho, feito com o pé, mostra o menino fardado e dizendo “Pede pra sair”, a célebre frase do filme Tropa de Elite.

Enquanto o futuro não vem, Pedro estuda no terceiro ano e segue surpreendendo a família, que mora no Parque do Sol, em Campo Grande. “Ele veio para mostrar o lado da vida que a gente nunca enxerga”, afirma a mãe do garoto.

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