quarta, 24 de abril de 2024

Indústria fecha 2011 com expansão de apenas 0,3%, diz IBGE

31 janeiro 2012 - 13h29Por Folha Online
Abalada pelo câmbio desfavorável às exportações e benéfico à maior entrada de importados e a desaceleração da economia nos meses finais de 2011, a indústria cresceu pouco no ano passado e fechou o período com expansão de apenas 0,3%, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ontem (30). Em 2010, a alta havia sido de 10,5%, resultado inflado pela recuperação acelerada no pós-crise de 2008/2009.

Fora a queda de 7,4% provocada pela crise global de 2008 e 2009, o resultado de 2011 é o pior para a indústria desde 2003, quando a produção avançou só 0,1% na esteira do choque cambial e da crise gerada pelo temor com as eleições presidenciais de 2002.

Avanço da produção industrial não anula perdas acumuladas, diz IBGE

De novembro para dezembro, a produção industrial subiu 0,9% na taxa livre de influências sazonais. Na comparação com dezembro de 2010, o setor teve retração de 1,2%, após uma queda de 2,5% em novembro.

Em 2011, os principais resultados negativos ficaram com ramos mais sensíveis à concorrência com importados, como têxtil (-14,9%), calçados e artigos de couro (-10,4%) e outros produtos químicos (-2,1%).

Por seu turno, ramos que dependem mais do dinamismo do mercado interno ainda se beneficiaram do consumo acelerado no primeiro semestre e registraram taxas positivas, como veículos automotores (2,1%), outros equipamentos de transportes (8%), indústria extrativa (2,1%) e minerais não metálicos (insumos para construção civil), com alta de 3,2%.

Sob a ótica das categorias de uso (agregação que considera o destino dos produtos), os melhores desempenhos ficaram com bens de capital (3,3%) --ramo que produz máquinas e equipamentos e sinaliza o ritmo dos investimentos na economia-- e bens intermediários (insumos e matérias-primas), cuja alta foi de 0,3%.

Já os bens de consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos) tiveram queda de -2% e bens semi e não duráveis (alimentos, vestuários e outras) tiveram queda de -0,2%.

De novembro para dezembro, os setores com resultados mais expressivos foram veículos automotores (5,2%), alimentos (3,9%) e equipamentos médicos e hospitalares (16,8%). Já as quedas de destaque ficaram com edição e impressão (-4%), têxtil (-4,6%) e vestuário e acessórios (-9,1%) --mais uma vez afetados pelo câmbio desfavorável.

Deixe seu Comentário

Leia Também

DIREITOS HUMANOS

Iniciativa da ONU busca elevar respeito a direitos humanos em empresas

GERAL

Marco Civil da Internet completa 10 anos com avanços e desafios

SAÚDE

Cobertura vacinal contra a pólio no Brasil melhora, diz Unicef

ECONOMIA

Receita Federal abre consulta a novo lote residual do Imposto de Renda