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Judoca da Cidade de Deus mantém trajetória meteórica com prata no Pan

Judoca da Cidade de Deus mantém trajetória meteórica com prata no Pan

29 outubro 2011 - 09h40
Uol

Nenhuma história no judô brasileiro é tão bonita quanto a de Rafaela Silva. Vinda de uma família de poucos recursos, ela nasceu e começou a lutar judô na Cidade de Deus, comunidade carente da zona norte-carioca. Descoberta no projeto social do medalhista olímpico Flavio Canto, nesta sexta-feira ela somou uma medalha de prata dos Jogos Pan-Americanos a um histórico impressionante.

Aos 19 anos, ela já é campeão mundial sub-20, vice-campeã mundial adulta e, para competir em Guadalajara, desbancou Ketleyn Quadros, a primeira brasileira a subir ao pódio no judô nos Jogos Olímpicos. Sétima do ranking mundial, ela sofreu com a maior experiência de sua rival, a cubana Yurisleidys Lupetey, 30 anos e campeã mundial de 2001.

Lupetey venceu em um dia que parecia ser da brasileira. Em sua estreia, aplicou um ippon na canadense Joliane Melançon. Na semifinal, o golpe perfeito não veio, mas ela dominou a colombiana Yadinys Amaris, por um waza-ari e três shidos – que equivalem a um ippon.

A medalha de prata mantém a grande temporada da carioca, após um desastre em 2010. No ano passado, ela teve problemas disciplinares e foi afastada da delegação que iria ao Mundial Sub-20 do Marrocos. Em 2011, ela já soma os títulos do Grand Prix de Dusseldorf e das Copas do Mundo de São Paulo e Salvador, além do vice-campeonato mundial em Paris. Após o Pan, ela passa rapidamente pelo Rio e já viaja para a África do Sul: ela é favorita para o título em seu terceiro Mudnial Sub-20, na Cidade do Cabo, no começo de novembro.

A Cidade de Deus

Rafaela começou a praticar o judô por insistência do pai, que queria tirar a menina briguenta das ruas. Ao lado da irmã, Raquel, que já fez parte da seleção, logo se destacou e passou a receber atenção especial de Canto e do técnico Geraldo Bernardes.

"Eu comecei no judô com cinco anos, perto de onde eu morava. Em 2000, passei a treinar no Reação [o instituto criado por Flávio Canto e seu técnico Geraldo Bernardes]. Meu pai reclamava que eu e minha irmã ficávamos muito tempo na rua. Então, eu fui fazer judô, e a Raquel foi fazer dança. No final, eu a convenci a vir para o judô também", diz Rafaela.

Canto, bronze nas Olimpíadas de Atenas-2004, não se cansa de elogiar a dupla: “Elas são as principais estrelas do Reação. Treinam desde o início, com o meu técnico (Geraldo Bernardes). É surpreendente ver como elas se desenvolveram rápido”.

"A gente tem muitos casos de transformação de sucesso no projeto. E as duas representam os dois caminhos que nós traçamos, unindo esporte e educação com sucesso. As duas estudam, a Raquel em universidade e a Rafaela em colégio, os dois particulares, por causa do projeto. Deixaram de ser bagunceiras na escola", completa.

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