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Levantamento mostra que 90% dos córregos de Dourados estão poluídos

21 maio 2012 - 10h41Por Dourados Agora
A situação não muda. Esgoto e óleo continuam tomando conta de córregos de Dourados. A grave poluição ameaça toda a biodiversidade existente nestas áreas de deveriam ser de preservação. No córrego Água Boa, uma espécie de “lama preta” avança sobre as águas provocando mau cheiro por toda a região.

O Ministério Público detectou o problema no ano passado. Na ocasião a Promotoria de Maio Ambiente informou que o problema poderia estar relacionado a ligações de água das chuvas nas redes de esgoto. Quando isto acontece sobrecarrega os estravasores.

O conteúdo poluidor acaba saindo em algum ponto da rede, levando sujeira para o interior dos córregos. No córrego Paragem, no Parque Arnulpho Fioravante uma espuma está saindo das tubulações da rede pluvial. O local já registrou em anos anteriores a mortandade de milhares de peixes. O Ministério Público chegou a ingressar com ações na Justiça solicitando que a Prefeitura instale mecanismos que filtrem a água da rede pluvial para impedir que ela caia diretamente no córrego, mas o Judiciário negou o pedido. A Promotoria de Meio Ambiente já informou que vai recorrer da decisão.

Enquanto não há mudanças significativas para preservar os córregos de Dourados, já existem problemas crônicos que ameaçam o meio ambiente. Pesquisa da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems), apontou recentemente que 90% dos córregos de Dourados estão poluídos. São vários tipos de resíduos que começam a causar morte de alguns tipos de peixe, como Dourado, um dos símbolos da cidade. Entre 30 espécies pesquisadas, apenas 30% resistem à degradação ambiental, por ter capacidade em absorver oxigênio a partir do ar, realizando a troca gasosa no intestino.

O restante das espécies está desaparecendo. Segundo a pesquisa, as maiores causas da poluição estão associadas ao despejo de esgoto in natura clandestino em rios e mananciais, além do acúmulo de lixo que produz substâncias tóxicas à vida aquática. Conforme o professor, foram 12 meses de pesquisa. Ele diz que o córrego com maior volume de poluição é o Rego D’água, contaminado com resíduos de esgoto. O mesmo acontece com o córrego Paragem.

Em relação as plantas aquáticas, a pesquisa notou que a retirada da vegetação ciliar destes córregos, ou seja, o desmatamento permitiu aumento das espécies de macrófitas que ocorrem nestes córregos. De acordo com a pesquisa, o córrego Rego D’Água possui seis espécies enquanto o esperado seria de aproximadamente 20 espécies. Do total coletado durante um ano de pesquisa, duas espécies são exóticas. Para o professor doutor da Uems, Yzel Rondom Suarez, provavelmente, a presença destes peixes são resultado de solturas no Parque do Lago e a segunda espécie resultado de habitantes que desistiram de criar peixes de aquário (lebistes) e soltaram no córrego.

BANCADA

A Bancada de Mato Grosso do Sul destinou no Orçamento Geral da União 2012, o valor de R$ 24.552.729 em emenda. De acordo com o coordenador da bancada, deputado Geraldo Resende (PMDB) estes recursos podem ser aplicados na revitalização de parques ambientais, praças e até patrimônios históricos, como a Usina Velha. Segundo ele, para que estes valores sejam aplicados é necessário que a Prefeitura elebore projetos.

OUTRO LADO

A Secretaria de Meio Ambiente de Dourados informou que não foi informada sobre a poluição no Córrego Água Boa e Paragem. Mesmo assim afirmou que vai pedir para que a fiscalização do Instituto do Meio Ambiente faça um levantamento in loco sobre a situação destes córregos e tome as providências necessárias para se resolver o problema.

No ano passado a Secretaria notificou mais de 100 empresas poluidoras a se regularizar. Segundo o órgão, todo o quadrilátero do Parque Arnulpho Fioravante está sendo fiscalizado.

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