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Ministério da Saúde aponta falhas na UTI neonatal do HU

Ministério da Saúde aponta falhas na UTI neonatal do HU

12 setembro 2012 - 16h50
Douradosagora


Relatório do Ministério da Saúde aponta 22 falhas na UTI Neonatal do Hospital Universitário de Dourados, que é mantido pela Universidade Federal (UFGD). Estas unidades funcionam sem credenciamento do Ministério da Saúde o que impede que o Hospital obtenha qualquer tipo de recursos do governo federal para arcar com as despesas da UTI. Na última sexta-feira a direção do HU decidiu fechar a UTI Neonatal para pacientes de 34 municípios que são atendidos em Dourados. Além do problema da falta de financiamento, a direção alegou lotação e falta de um medicamento chamado Sulfactante, que auxilia na respiração dos prematuros.

De acordo com o Ministério da Saúde, no processo de credenciamento não foram apresentados os indicadores de Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Outra pendência é que o monitor de pressão invasiva apresentou falta de manguito e por isto não está sendo realizado. O hospital também não possui estadiometro, oftamoscópio, otoscópio, capnográfo, material para drenagem liquórica, para aspiração traqueal, kit montado para punção lombar, para drenagem torácica (CME) e traqueostomia (CME), acesso venoso profundo, material para monitorização pressão venosa central, pressão arterial invasiva, sensor de oximetria neonatal, material para punção pericárdica, incubadora e cilindro de oxigênio para transporte; equipamento para monitorização contínua de múltiplos parâmetros, ventilador pulmonar específico para transporte e funcionário administrativo exclusivo para o setor.

De acordo com o Ministério da Saúde, independentemente de todas as pendências, o HU deverá iniciar um novo processo de credenciamento no processo Neonatal, tendo em vista que a nova portaria nº 930, em vigor desde maio deste ano, regulamenta a atividade na prestação de serviço conveniado ao Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o Ministério da Saúde a última vistoria da Vigilância Sanitária não aprovou as condições da UTI Neonatal para fins de credenciamento. Uma nova análise deve ser feita assim que o Hospital informar ter sanado a problemática. O relatório é de 3 de agosto deste ano.

OUTRO LADO
O diretor do HU, Wedson Desidério, disse ao O PROGRESSO que já encaminhou um plano de ação ao Ministério da Saúde se disponibilizando a resolver os problemas encontrados na UTI Neonatal. Segundo ele, o prazo é de 180 dias para que a Unidade esteja sanando estas pendências. Desidério informou que muitos itens já foram solucionados e que os faltantes não impedem o funcionamento da UTI. Segundo o diretor, tanto o Ministério da Educação, quanto da Saúde, e Ministério Público estão acompanhando todos os processos do Hospital para obter o mais rápido possível o credenciamento junto ao SUS. Desidério acredita que no período de 4 meses haja nova vistoria e desta vez o Hospital seja habilitado em relação as UTIs.

FECHAMENTO
O diretor explicou que até ontem o medicamento Sulfactante ainda não havia chegado e que por esta razão a direção mantinha a decisão de manter fechada a unidade para a macrorregião. Mesmo assim, segundo Desidério, nenhuma criança que chegou no hospital deixou de ser atendida. O diretor reafirmou a lotação na UTI e a crise financeira pelo qual passa a Universidade. “Estamos contratados pelo município para atender uma demanda que custa R$ 2,1 milhões. No entanto mês a mês temos um gasto maior devido a demanda crescente. Hoje nossa dívida chega a R$ 3 milhões”, destaca.

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