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Pressão alta: o diagnóstico é cada vez mais comum em crianças

26 junho 2012 - 13h40
Revista Crescer


Na consulta de rotina com o pediatra, ele ouve os batimentos do coração do seu filho, confere a garganta e... mede a pressão ? Se não, o ideal é começar a pedir para ele fazer isso. Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos reuniu dados hospitalares e descobriu que, em um período de 10 anos, o número de internações de crianças com pressão alta quase dobrou, saltando de 12.661 em 1997 para 24.602 em 2006.

Aqui no Brasil, não existem dados como esses, mas, segundo os médicos entrevistados por CRESCER para esta reportagem, o número de casos de hipertensão infantil também está aumentando no país. Isso porque uma das principais causas do problema é o excesso de peso, que atinge cada vez mais crianças. Um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado entre 2008 e 2009, constatou que uma em cada três crianças com idade entre 5 e 9 anos estavam com peso acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“No Brasil, não temos um número referente à população, mas estimamos que cerca de 5% do total de crianças e adolescentes tenham pressão arterial alta”, diz a cardiologista Andréa Brandão, professora de cardiologia da UERJ e membro da Sociedade Brasileira de Hipertensão. Ela sugere que o aumento de casos está relacionado à mudança de hábitos da vida moderna - pouca atividade física e má alimentação. E aqui, não tem como fugir: o fast-food e os alimentos industrializados são os maiores problemas, por causa das altas taxas de gordura e sódio, grandes vilões da pressão.

Vale lembrar que há crianças cuja pressão alta é apenas o sintoma de outra doença mais grave. Por isso, o médico precisa investigar para saber se há alguma alteração nos rins ou um problema endócrino, e assim dar diagnóstico correto.

Doença silenciosa

A hipertensão costuma ser uma doença silenciosa. No caso de crianças, é muito difícil que algum sintoma se manifeste. Por isso, é importante sempre aferir a pressão nas consultas de rotina depois que seu filho completar 3 anos. Antes disso, de acordo com a pediatra Maria Cristina de Andrade, do Hospital Infantil Sabará (SP), só se a criança for cardiopata, tiver ficado em UTI neonatal ou apresentar histórico de hipertensão e doenças renais na família. Para realizar a medição corretamente, a criança precisa estar tranquila, com a bexiga vazia e não ter usado medicamentos ou ingerido alimentos com cafeína, que alteram a pressão.

Tratamento

Assim que a causa da alteração na pressão for identificada, é preciso tratá-la. “A longo prazo, a hipertensão vai lesando todos os órgãos”, segundo Maria Cristina. Se o problema for o excesso de peso, na maioria dos casos é possível reverter o quadro com uma dieta equilibrada e atividades físicas na rotina.

Os filhos de pais ou avós hipertensos precisam de um cuidado extra com os hábitos de vida, já que têm mais predisposição a ter pressão alta. Mas a regra é a mesma para todas as crianças: alimentação saudável, atividade física e controle de peso.

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