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Proposta quer dividir o Mato Grosso do Sul em dois

Proposta quer dividir o Mato Grosso do Sul em dois

12 dezembro 2011 - 16h50
MS Já

A região do Pantanal sul-matogrossense pode ser transformada em Território Federal, causando uma nova divisão geográfica no Brasil, desta vez no Mato Grosso do Sul. O vizinho do norte, Mato Grosso, também teria parte do Estado “tomado” para composição do novo território.

A proposta faz parte de um “pacote” que circula na Câmara dos Deputados desde 1998 e que ultimamente vem ganhando força como parte de uma estratégia para o desenvolvimento de regiões com baixo índice populacional e econômico, conforme defendem os autores das propostas. Se todas elas fossem aprovadas, seriam 34 Estados e cinco novos territórios, além do Distrito Federal.

Carlos Ranulfo, professor do Departamento de Ciências Políticas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), disse em entrevista à Revista Exame, que o discurso do desenvolvimento econômico é apenas um lado da moeda, uma vez que poderia ser “devastadora” no âmbito político, já que a formação de novos territórios poderia gerar. “Uma grave distorção na representação na Câmara dos Deputados, onde oportunistas poderiam conquistar novas fatias de poder”.

“O Estado do Pará possui hoje 18 deputados em Brasília. Com a formação de Tapajós e Carajás, esse número deve cair para 12. Por outro lado, os estados recém-criados adicionariam novos oito deputados cada na Câmara (mínimo necessário por Estado, conforme a Constituição)”, afirma.

“É um número desproporcional para uma área tão pequena. Provocaríamos assim uma distorção muito grande na representatividade política que temos atualmente no Congresso”, explica. “Se criarmos 40 novos estados, teremos uma Câmara de Deputados que representa quase nada do Brasil. Será devastador, uma distorção total”, acrescenta o cientista político.

Em Mato Grosso do Sul, caso a lei que trata do assunto fosse aprovada e acontecesse uma nova divisão, o Estado continuaria com seus oito deputados, mas, o Pantanal teria outros oito, sem contar a montagem da estruturas para abrigar os poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, bem como a infra-estrutura do novo Estado.

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