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Real forte precisa de limite, afirma Mantega

18 dezembro 2011 - 10h02Por Estadão
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse na sexta-feira que é preciso estabelecer limites para que a valorização do real não prejudique o País. Durante palestra para alunos do curso de Jornalismo Econômico do Grupo Estado, o ministro disse que o Brasil se tornou mais sólido ao longo dos anos e que a valorização da moeda foi uma consequência natural disso. 'Mas temos que estabelecer limites para essa valorização não prejudicar o País', afirmou.

Mantega assegurou que não faltará munição do governo caso haja falta de dólares e crédito no mercado. 'Um importante instrumento do Banco Central é o depósito compulsório. Temos R$ 430 bilhões, caso haja falta de crédito', disse, citando que esse foi um expediente que o País já usou na crise iniciada em 2008.

O ministro reiterou também que as reservas internacionais são hoje superiores ao endividamento externo do País. 'Se faltar crédito em dólar no País, podemos gerar uma oferta de dólares para o mercado interno.'

Mantega disse ainda que o País já cumpriu 93% da meta do superávit primário de janeiro a outubro deste ano e deve atingir a meta cheia até novembro. 'A economia brasileira está muito sólida para enfrentar a crise, mesmo que ela se agrave, e o governo dispõe dos instrumentos necessários para neutralizar os efeitos negativos de forma que possamos manter um crescimento sustentável', disse.

O ministro acrescentou que o governo, após retirar parte as medidas macroprudenciais e reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) da linha branca, estuda novas medidas para fomentar a indústria. O setor cresceu menos que o esperado em 2011, disse o ministro. Ele não adiantou quais seriam as medidas para a indústria, nem quando pretende adotá-las.

Mantega estimou que o País vai crescer 'pouco mais de 3%' neste ano. Segundo ele, o País já está respondendo aos estímulos, cresceu mais em novembro e deve continuar nessa trajetória em dezembro, comparativamente aos meses de setembro e outubro. 'A contração monetária que colocamos desde o fim de 2010, com o aumento dos compulsórios, acabou causando uma desaceleração da economia principalmente no terceiro trimestre', afirmou.

'Agora, estamos na posição inversa e devemos continuar com uma política de flexibilização monetária.' De acordo com o ministro da Fazenda, o salário mínimo deve injetar mais de R$ 23 bilhões na economia, e somado às desonerações tributárias e aos investimentos públicos, vai ajudar o País a crescer 'pelo menos 4% em 2012'.

Mantega disse também que é contra o protecionismo e a favor do livre mercado, mas disse que o Brasil não pode ficar 'desprevenido, enquanto outros países fazem o diabo para exportar'. Um dos exemplos citados por ele foi o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos importados. Segundo ele, essa é uma forma de garantir que as empresas instaladas no País façam mais investimentos.

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