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Recuperar pastagem é dar sustentabilidade para agropecuária

25 agosto 2011 - 13h20
Recuperar pastagem é dar sustentabilidade para agropecuária

Divulgação (TP)

A recuperação das pastagens sul-mato-grossenses é uma necessidade urgente não somente do ponto de vista econômico, mas da sustentatibilidade. Essa foi a síntese das discussões durante o Seminário de Sensibilização do Programa ABC - Agricultura de Baixa Emissão de Carbono. O evento realizado pelo Grupo Gestor do Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) em Mato Grosso do Sul aconteceu nesta quarta-feira (24), no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul).

O presidente da Famasul destacou os significativos avanços no setor agropecuário e enfatizou que é hora do produtor fazer o ‘dever de casa’ e recuperar as áreas produtivas do Estado. “As instituições de pesquisa fizeram a sua parte. Temos pacotes de tecnologia para atender às nossas necessidades”, disse, referindo-se aos trabalhos realizados Embrapa. “ Uma pastagem com mais massa verde captura mais gás carbônico”, explica o assessor para assuntos da agricultura da Famasul, Lucas Galvan.

O objetivo do evento foi apresentar o Programa ABC, inserido no Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011 do Governo Federal, o qual incentiva adoção de práticas agropecuárias que reduzem a emissão de gases de efeito estufa no campo. Para debater soluções, técnicos da Embrapa abordaram temas como a recuperação das pastagens degradadas, o sistema de plantio direto, a integração lavoura-pecuária-floresta, o tratamento de dejetos dos animais e as florestas plantadas.

A recuperação de pastagens pode contribuir para sustentabilidade, e trazer bons lucros para produtores, também a partir da produção consorciada com a agricultura. “O resultado da integração entre lavoura e pecuária é comprovado: com uma boa pastagem recuperada, a cultura de soja produz de cinco a dez sacas a mais e reduz o custo da produção em 10%. Isso representa um salto de rendimento de R$ 500 para R$ 1.000 por hectare. Se optar pelo monocultivo do grão, esse rendimento não acontece”, explicou o pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Armindo Neivo Kichel.

A palestra de Kichel retratou os problemas de produção e sustentabilidade de sistemas de monocultivo e traçou uma comparação com o potencial, rendimento, custo e produtividade dos sistemas integrados, dentre eles, o de integração entre lavoura, pecuária e floresta.

O seminário teve representantes de todos os integrantes do grupo gestor em MS: Famasul, Seprotur, OCB/MS, Fetagri-MS, Banco do Brasil, Embrapa e Governo Federal e teve o objetivo central de alinhar o entendimento para a unificação de ações dentro das propostas do Programa ABC.

O programa - Instituído pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em junho de 2010,o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) busca aliar a produção de alimentos e bionergia com redução dos gases de efeito estufa, e assim, difundir a agricultura sustentável.

As ações do Programa ABC, que estão inseridas no Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011, incentivam processos tecnológicos que diminuem os efeitos dos gases de efeito estufa no campo. De acordo com o Mapa, o plano prevê a aplicação de R$ 2 bilhões em técnicas e garante recursos a agricultores e cooperativas, com limite de financiamento de R$ 1 milhão por beneficiário. O crédito será financiado com taxa de juros de 5,5% ao ano e prazo de reembolso de 12 anos.

Entre as iniciativas básicas do Programa ABC está a recuperação de pastos degradados, que visa transformar as terras desgastadas em áreas produtivas para a produção de alimentos, fibra, carne e floresta. Atualmente, a degradação das pastagens é o maior problema dos sistemas de produção, estimando-se que 80% da área de pastagens do Brasil Central, apresenta algum estágio de degradação.

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