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Seis são denunciados por morte de índios em Mato Grosso do Sul

Seis são denunciados por morte de índios em Mato Grosso do Sul

23 novembro 2011 - 19h49Por D24am
O Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul denunciou seis pessoas, entre fazendeiros e políticos, sob acusação de matar dois índios guarani-caiovás, que faziam parte de um grupo que invadiu uma fazenda em Paranhos, próximo à fronteira com o Paraguai. O caso aconteceu em outubro de 2009.

Entre os acusados estão três filhos do dono da fazenda invadida. Também foram denunciados o vereador e presidente do Sindicato Rural de Paranhos, Moacir João Macedo (PSDB), e o ex-candidato a prefeito da cidade Joanelse Tavares Pinheiro.

Todos são acusados por homicídio qualificado sem possibilidade de defesa da vítima, ocultação de cadáver e lesão corporal contra idoso.

Segundo a denúncia, as mortes ocorreram quando um grupo formado pelos denunciados e outros homens ainda não identificados atacaram com armas de fogo o acampamento dos índios. Uma semana antes, um grupo de 50 guarani-caiovás havia invadido a fazenda São Luiz, considerada área de ocupação tradicional pela etnia.

No ataque, dois professores indígenas Jenivaldo Vera, 19, e Rolindo Vera, 29, foram mortos. O corpo de Jenivaldo foi encontrado uma semana depois da ação, com um tiro nas costas. Já o corpo de Rolindo nunca foi encontrado.

Segundo a procuradoria, um índio, à época com 89 anos, recebeu pauladas nas costas, ombros e pernas durante o ataque.

Ainda de acordo com a Procuradoria, um inquérito policial chegou a ser aberto contra os acusados, mas ninguém foi indiciado, mesmo quando seis índios identificaram os denunciados como os autores do ataque.

Insatisfeitos, os índios procuraram em outubro desde ano a Justiça Federal em Ponta Porã (MS) para protocolar uma denúncia contra os suspeitos do ataque, e o caso acabou sendo assumido pelo Ministério Público Federal.

Após a expulsão da fazenda, os índios voltaram a invadir uma área da fazenda em agosto de 2010. Dessa vez, uma decisão da Justiça Federal cassou uma ordem de reintegração de posse "até a produção de prova pericial antropológica" que confirme indícios de ocupação tradicional da região pelos guarani-caiovás.

Atualmente, os índios ocupam 80 dos 2.000 hectares da fazenda.

A reportagem entrou entrou em contato com o Sindicato Rural de Paranhos, que indicou o advogado de Moacir Macedo para comentar o caso, mas ele não foi localizado. Joanelse Tavares Pinheiro também não foi localizado.

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