Mesmo depois de perder quatro ministros num prazo de dois meses e doze dias - três deles por suspeita de envolvimento em irregularidades e outro por falar mal dos colegas - e desencadear uma ofensiva de sedução dos partidos da base aliada, a presidente Dilma Rousseff não espantou a crise polÃtica da Esplanada. Setores do PMDB já falam abertamente na demissão de Pedro Novais do Turismo.
Afora isso, o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) entrou na mira da oposição por suposta carona em um jato particular e deve seguir nesta terça-feira, 23, o script do desgaste: em seu depoimento na Câmara, inicialmente sobre radiodifusão digital, deve tratar da denúncia.
Na segunda-feira, 22, Bernardo e a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, foram obrigados a divulgar nota sobre o uso de jatinhos privados na campanha eleitoral, em mais um dia de tensão na Esplanada.
O ministro assegurou que jamais viajou em aviões de empresas que prestam serviço ao governo, mas admitiu que, nos fins de semana, durante a campanha eleitoral, utilizou aeronaves de várias companhias - embora não tenha condições de dizer de quais.
Paulo Bernardo disse que todas as viagens foram pagas pela coligação dos partidos em campanha no Paraná. A oposição quer sitiá-lo nesta terça-feira com perguntas sobre viagens em aviões da Construtora Sanches Tripoloni, que presta serviços ao governo, principalmente na área de infraestrutura, conforme revelou reportagem da revista Época do fim de semana.