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UFGD forma 39 novos professores indígenas em curso inédito

23 outubro 2011 - 20h41Por Assessoria
A Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD formou a primeira turma da Licenciatura Intercultural Teko Arandu no último sábado. Com a presença de autoridades, de dois deputados estaduais (Laerte Tetila e Pedro Kemp) e um senador (Delcidio do Amaral), 39 novos professores receberam o diploma das mãos do reitor Damião Duque de Farias.

Eles lecionarão em várias aldeias do Estado (veja no final da matéria). A professora Theodora de Souza, da comissão de educadores que ajudou na instalação do curso disse que a formação dos colegas representava uma justiça histórica. “é uma justiça com nosso povo que há 500 anos vem tendo os direitos expropriados. Nós merecemos ter uma vida digna, com acesso à educação”, disse ela.

A oradora da turma foi Valdelice Verón, filha do Cacique que morreu assassinado em Juti por conta da tentativa de retomada de terras tradicionais, Marcos Verón. Ela começou o discurso dizendo que era multilíngue, pois, fala Guarani, Português e Espanhol, mas, que em respeito aos que não eram, pronunciaria suas palavras “no idioma nacional”. Ela dedicou a formatura “aos Guaranis e Kaiowás que tombaram na luta pela terra e aos professores”.

No evento o senador Delcidio do Amaral declarou que viabilizará R$ 1 milhão em emendas individuais, que somados ao outro R$ 1 milhão que a universidade já tinha, possibilitará a instalação da Faculdade de Estudos Indígenas na UFGD.

O Curso

O curso começou a funcionar em 2006, com a implantação da Universidade e foi resultado de uma parceria com a Universidade Católica Dom Bosco, Funai, Secretarias Municipais de Educação e Secretaria de Estado de Educação. Organizações Guarani e Kaiowá auxiliaram no processo de formação.

Essa primeira turma leva o nome do professor doutor da UFGD, Renato Gomes Nogueira, um dos grandes incentivadores da implantação do curso em Dourados, falecido em um acidente automobilístico na BR 163, ocorrido em 2006.

Os patronos da turma são Dona Tereza Espíndola, liderança indígena e o professor doutor Damião Duque de Farias, reitor da UFGD. Os paraninfos são Nelson Batista, liderança indígena e o professor doutor Levi Marques Pereira.

Os alunos

Tacuru, das aldeias Jaguapiré e Sassoró: Adão Ferreira Benites e Sergio Velário;

Paranhos, da aldeia Pirajuí: Adriano Morales, Jonatas Duran, Valentim Pires e Vicente Morales, e da aldeia Potrero Guassu, Udo Pires;

Coronel Sapucaia da aldeia Taquperi: Claudemiro Pereira Lescano, Enoque Batista, Marcilene Lescano e Osmar Marques;

Amambai, da aldeia Limão Verde: Delfino Borvão, da aldeia Jaguari, Geraldo Carlos, da aldeia Amambai, Iracy Lima Benites, Maria de Lourdes Cáceres Nelson e Zenildo Lopes;

Caarapó, da aldeia Te´yikue: Edson Alencar, Elizabete Fernandes, Eliel Benites, Katiana Carvalho, Lídio Ramiris, Nilton Ferreira Lima, Otoniel Ricardo, Renata Castelão e Rodinei Ramires Marques Margues;

Eldorado, da aldeia Cerrito: Edvaldo Nunes; Japorã, da aldeia Porto Lindo, Eliezer Martis Rodrigues, Joaquim Adiala Hara, Maciel Cáceres;

Douradina da aldeia Panambi: Ifigeninha Hirto João e João Carlos Vilhalva Mota;

Laguna Carapã, da aldeia Rancho Jacaré: Ilda Barbosa, Rosenildo Barbosa de Carvalho e Tomás Vera;

Juti, da aldeia Taquara: Ládio Veron Cavalheiro;

Antonio João da aldeia Campestre, Léia Aquino;

Maracaju, da aldeia Sucury´i: Marlene de Almeida e;

Dourados, da aldeia Missão Kaiowá, Natanael Vilharva Cáceres e Valdelice Veron.

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