terça, 23 de abril de 2024
OPINIÃO

A mídia e o caso da "Vereadora Marielle"

20 março 2018 - 13h05Por Da Redação

Foi notícia em todos os telejornais, sites, redes sociais do Brasil e do mundo, a morte da vereadora carioca, Marielle Franco, na noite da última quarta-feira (14), no Rio de Janeiro. Ela era ativista, lutava por direitos das mulheres que segundo ela, era a legalização do aborto, tinha como pauta o desarmamento entre outros assuntos. 

Marielle pertencia ao PSOL, partido comunista que assim como todos os demais, é engajado no ‘bem comum’. 

O fato é que ela foi executada, nada foi provado, mas tudo indica, segundo alguns jornais, que ela foi assassinada, seria como uma queima de arquivo, isso porquê ela havia denunciado dias antes, policiais que agem com violência na ‘cidade maravilhosa’. 

Seria cômico se não fosse trágico, o Rio de Janeiro que vem enfrentando talvez a maior crise na segurança de todos os tempos, quer que seus PMs sejam ‘armados’ com flores e livros do MEC. Como muitos escreveram na minha conta no Twitter, não se pode dizer que a morte de Marielle é mais ou menos importantes que a vida dos mais de 100 policiais cariocas que também já foram assassinados. 

No entanto, o meu questionamento consiste no fato em que a mídia repercutiu o caso da vereadora como sendo o mais importante, os policiais que outrora foram acusados de violentos, trabalham agora para ‘desvendar’ este crime. O próprio presidente, Michel Temer, pediu agilidade nas investigações. 

Eu pergunto, que Brasil é esse, onde a morte de um político precisa ser esclarecida rápido, mas de policiais mortos por bandidos não?

Novamente parece que a Constituição Brasileira falhou, selecionou qual caso será julgado primeiro. Novamente os brasileiros deram ênfase para uma vereadora porque ela lutava por causas sociais. 

Não quero desmerecer ninguém, no entanto, se vivemos em uma democracia, possuímos o direito de querer comoção e agilidade na morte de policiais seja do Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Dourados, na região de fronteira. 

Se tentaram ‘calar’ a democracia com a morte de Marielle, muito mais estão calando a democracia, essa justiça e mídia que seleciona o que iremos ver, julgar e selecionar como importante. A democracia no Brasil só existe de fato como deve ser, no papel, porque na prática, ainda estamos longe de sermos um país democrático.

Guilherme Pires - Acadêmico do 7º Semestre do curso de Comunicação Social (Publicidade e Propaganda).

* A opinião desse ou qualquer outro artigo não reflete o posicionamento do jornal perante os assuntos.

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