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Cientistas de MS fazem 'vaquinha' para participarem de conferência internacional na Sérvia

01 fevereiro 2020 - 11h00Por G1MS

A Polícia Militar apreendeu um fuzil, munições de calibre 762, granada de fuzil e um binóculos durante a Operação Bairro Seguro na noite desta sexta-feira (31) no Bairro Parque Novo Século em Campo Grande. A operação é feita pelo 10º BPM da Polícia Militar, Choque e Bope. Um helicóptero foi utilizado na operação.

Mais jovem, Thailenny, que terminou o ensino médio em 2019, conta que desenvolve pesquisas científicas desde 2017, quando entrou em um clube de ciências na Escola Estadual Teotônio Vilela. No clube, desenvolvido por dois professores desde 2012 no colégio, ela começou a analisar a leucena, uma planta que é muito vista em áreas de córregos ou em locais de reflorestamento.

Porém, a leucena também solta substâncias químicas, que podem interferir no crescimento e até no desenvolvimento de outras plantas ao redor dela. O projeto de Thailenny consistiu em testes e análises para identificar qual o composto da planta com mais substâncias químicas.

Com ele, a estudante participou de diversas feiras científicas, como a Fetec de Mato Grosso do Sul, a Fecintec do IFMS, a Mostratec, no Rio Grande do Sul e, especialmente, a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), sediada na Universidade de São Paulo (USP). O projeto de Thailenny ficou com o 1° lugar na categoria ciências biológicas e rendeu uma credencial para uma feira de ciências em Phoenix, nos Estados Unidos, na qual ela participou em 2019.

"É muito bom poder representar, não só o estado de Mato Grosso do Sul, como também a escola pública no geral. Sempre fui aluna de colégios públicos e, assim, consegui atingir o alto nível com trabalhos científicos. O orgulho é enorme", conta Thailenny

O orgulho sul-mato-grossense também está presente no discurso de Maria Vitória, de 18 anos. Estudante da escola General Osório, ela começou a participar de Olimpíadas de Física desde o sexto ano, por incentivo de professores, e a partir do oitavo, começou a se interessar por astronomia. Desde então, colecionou medalhas na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica.

No Ensino Médio, a estudante foi convidada para um acampamento em São José dos Campos (SP), onde fica o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e cidade referência no país em estudos de física. "Lá vi um mundo que eu não conhecia e minha cabeça abriu para oportunidades que nem imaginava", explica Maria.

Ainda na cidade paulista, ela viu uma palestra sobre clima espacial e ouviu pela primeira vez sobre a "Anomalia Magnética do Atlântico Sul". Curiosa, Maria começou a pesquisar sobre o assunto e percebeu que haviam teorias diferentes sobre o motivo dela existir. "Era uma parta da física com uma "ponta solta", algo incomum para esta área de pesquisa. Senti que era ali que eu poderia dar uma contribuição para a ciência, o que era meu sonho", afirma.

No terceiro ano do Ensino Médio, ela desenvolveu um projeto trabalhando em cima de teorias de outros cientistas para explicar o que acontece no campo magnético da Terra (confira neste link o projeto da estudante). Com o trabalho, ela ganhou três premiações, sendo uma delas internacional: o prêmio em excelência em pesquisa de geociências pela Associação de Mulheres Geocientistas, dos Estados Unidos.

Maria ainda ganhou medalha de ouro na Genyus Olympiad, em Nova Iorque, a maior feira de ciências ambiental do mundo. Dentre os 1800 projetos de 80 países, menos de 10% deles receberam a mesma honraria. Agora, a estudante conseguiu um estágio no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) no departamento de clima espacial, o mesmo do professor que ministrou a palestra que acendeu a chama da curiosidade para o tema da pesquisa dela.

"Minha relação com a ciência é antiga e meu maior desejo era dar uma contribuição minimamente válida para a minha área. Conseguir trabalhar nisso, em um assunto que eu realmente amo, é uma coisa muito importante pra mim e para o meu crescimento", Maria Vitória Moura Cabrera, de 18 anos.Porém, elas ainda não conseguiram o dinheiro suficiente para realizar esta nova viagem. Cada uma calcula precisar de ao menos R$ 5 mil para estadia e translado de avião até a capital da Sérvia, até um mês antes do evento. Por isso, as jovens pesquisadoras organizaram uma "vaquinha" online para arrecadar fundos. 

O pedido de ajuda

Thailenny e Maria Vitória, que já viajaram juntas para a Febrace, agora possuem um novo desafio: a Conferência Internacional dos Jovens Cientistas (ICYS), em Belgrado na Sérvia, no final de abril. Apenas seis projetos brasileiros foram selecionados para a conferência, sendo dois deles os das sul-mato-grossenses.

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