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Começar a treinar após os 40 fortalece o coração

17 agosto 2012 - 00h00Por Fonte: r7
Quem nunca praticou exercícios sente vergonha de calçar o tênis pela primeira vez e, muitas vezes, acaba deixando as atividades físicas de lado. Se você pensava assim, acaba de ganhar mais uma razão para mudar de ideia imediatamente: mesmo uma pessoa que faça o primeiro exercícios após os 40 anos consegue diminuir o risco de doença cardiovascular. A conclusão saiu de uma pesquisa realizada pela University College London, na Inglaterra, e foi publicada na revista científica Circulation.

O estudo contou com a participação de mais de quatro mil pessoas, com idades entre 30 e 60 anos, que responderam a questionários sobre a quantidade de atividade física praticada e fizeram exames para medir os níveis de agentes inflamatórios no sangue. Segundo os pesquisadores, altas taxas desses marcadores inflamatórios são associadas a um aumento nos riscos de doenças cardiovasculares.

Após dez anos de estudo, os autores descobriram que os participantes acostumados à atividade física moderada (duas horas e meia por semana) apresentaram índices menores de marcadores inflamatórios quando comparados com aqueles que praticaram exercícios por menos tempo ou que não fizeram nenhuma atividade. Os benefícios foram notados em todos os grupos, inclusive na turma com mais de 40 ou 50 anos de idade. Os resultados se mantiveram mesmo após levarem em consideração outros fatores, como obesidade e o tabagismo.

De acordo com os pesquisadores, esse é o primeiro estudo a mostrar que a atividade física reduz os problemas cardíacos para quem começa a prática na meia-idade. Eles acrescentam que não é preciso fazer exercícios pesados na academia, uma caminhada vigorosa e até jardinagem já contam na hora de preencher a cota de duas horas e meia de por semana. O estudo deu ênfase a indicadores gerais de problemas cardíacos, e não a doenças do coração específicas.

Tem mais de 40 anos? Siga essas dicas para começar a fazer exercícios

Nessa fase, são comuns doenças como hipertensão, diabetes, colesterol alto e até mesmo osteoporose. Os exercícios físicos contribuem para melhorar o controle de doenças crônicas e também para aumentar a disposição, que pode faltar de vez em quando. O ideal, antes de começar, é procurar um médico (pode ser clínico geral ou cardiologista) e falar sobre o seu interesse. "O especialista vai avaliar qual é o seu nível de condicionamento físico e o esforço que pode ser feito sem nenhum risco à saúde", afirma o fisiologista Raul Santo de Oliveira, da Unifesp.

Exames necessários

Muitos testes são realizados e é com o resultado deles que o especialista avalia o seu condicionamento físico. Glicemia, hemograma e níveis de colesterol estão entre os exames mais pedidos pelo médico, que pode solicitar outros dependendo do seu histórico pessoal ou familiar. A última etapa consiste no teste ergoespirométrico, realizado em esteira ou bicicleta ergométrica, no qual a carga do exercício será gradativamente aumentada. O objetivo do exame é observar frequência cardíaca, pressão arterial e consumo de oxigênio durante o esforço.

Atividades recomendadas pelos especialistas

Quem começa a treinar na meia-idade deve experimentar vários tipos de exercício. Isso ajuda não só a encontrar uma modalidade que seja prazerosa como trabalhar vários tipos de habilidade (força, coordenação motora e agilidade física, por exemplo). Pilates, hidroginástica e yoga aparecem como opções de quem sente algum receio diante da educação física.

Cuidado com as lesões

A saúde mais frágil na meia-idade pode provocar algum medo, principalmente em se tratando de lesões. A cautela é importante, mas lembre: se você fez todos os exames e recebeu aval médico para fazer exercícios, basta seguir as orientações dele para evitar lesões ou outros tipos de acidente. Além disso, preste atenção no seu corpo, cuidando para reconhecer os limites e ir se superando aos poucos. "Prestar atenção na carga do exercício, onde aparece dor após o treino e fazer alongamentos são hábitos que contribuem para evitar lesões", afirma o médico da Unifesp.

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