A Fundação Nacional do Índio realiza estudos em Dourados e mais cinco cidades desde 2007, cumprindo um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público Federal. O objetivo é cumprir a Legislação que deu prazo de 5 anos, já vencidos, para que as terras indígenas sejam demarcadas.
De acordo com o indígena Valdemir Cáceres, a nova aldeia Nhu Porã (Campo Bonito) é uma homenagem aos antepassados que foram expulsos de sua área. “Aqui moravam as famílias do pai do meu pai que era Julião Cáceres, Gonçalves Cáceres e José Vilhalba. Algum tempo depois ficamos sabendo que a área estava sob posse de um fazendeiro que havia morrido e deixado a área para um advogado cuidar. Nesta época estávamos em Caarapó e cidades vizinhas de Dourados. Resolvemos chamar os descendentes e vir para cá na tentativa de conquistar a nossa terra. Não abrimos mão disso porque foi uma injustiça o que fizeram com o nosso povo. Esta terra era bem maior e sua extensão chegava no que é hoje o Estádio Douradão. Já perdemos todas estas áreas, mas esta que nos resta não vamos perder”, destaca.
MPF
De acordo com a Agência Brasil, um convênio firmado pelo Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul permitirá que um grupo de historiadores e estudantes universitários passe um “pente-fino” em cerca de 100 mil documentos que dizem respeito ao processo de colonização do estado, que teve início em 1915 e segue até os dias de hoje.
O principal objetivo é catalogar documentos históricos referentes à expulsão dos indígenas e a ocupação dessas terras por colonos e grupos particulares. O estudo poderá beneficiar os índios sul-mato-grossenses, subsidiando ações judiciais pelo reconhecimento e ampliação de terras indígenas, “uma das principais e mais urgentes demandas dos índios de Mato Grosso do Sul”, conforme afirma o MPF, em nota.
De acordo com o procurador da República Marco Antônio Delfino de Almeida, saber o que ocorreu às populações que viviam na região pode ajudar os índios a obterem suas antigas terras. Ao todo, 70 mil índios vivem em MS.
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