A exposição a produtos quÃmicos ou alimentos que elevam os nÃveis de estrogênio durante a gravidez pode aumentar o risco da doença nas filhas, netas e até bisnetas, de acordo com cientistas da Virginia Tech, nos EUA. A pesquisa revela que ratas grávidas que receberam dieta com estrogênio sintético ou com gordura produziram gerações seguintes de filhas que parecem ser saudáveis, mas que possuem um risco maior que o normal para o câncer de mama. Apesar de os resultados ainda não terem sido validados em seres humanos, o estudo mostra que os danos ambientais podem ser passadas de uma geração para a outra não através de mutações genéticas, mas por meio de alterações "epigenéticas" que influenciam a forma como a informação genômica é decodificada. "Mostramos pela primeira vez que alterações no DNA causadas pela dieta são hereditárias e transgeracionais. Também identificamos locais chaves de alteração que podem estar envolvidos ou ser responsáveis pelo aumento do risco de câncer de mama, e que podem servir como biomarcadores para novas estratégias de prevenção da doença", afirma o lÃder da pesquisa Yue "Joseph" Wang. Dois terços dos cânceres de mama que ocorrem em famÃlias não têm causa genética conhecida, de acordo com os pesquisadores. O estudo sugere que a doença pode ocorrer devido à herança da ingestão materna de dietas ricas em gordura e exposição ao excesso de estrogênio durante a gravidez. "O próximo passo será estudar o momento da intervenção e os impactos das alterações no DNA que ocorrem no inÃcio, meio ou no final da gravidez. A notÃcia promissora é que intervenções farmacológicas podem ser capazes de reverter a exposição prejudicial", conclui Wang.