terça, 23 de abril de 2024
PARAGUAI

'Mãezona', Dona Neiva acolhe mais de 30 universitários em casa na fronteira de MS com Paraguai: 'São meus filhos'

14 dezembro 2019 - 12h00Por G1 MS

Há cinco anos que deixou o estado de Rondônia para investir no sonho do filho em ser médico, Neiva Chagas, conhecida como a mãezona dos estudantes na região de fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, acolhe semanalmente em sua casa, mais de 30 acadêmicos de medicina.

Neiva, que mora em Ponta Porã, tem se tornado a 'mãezona' de muitos jovens que deixaram suas famílias para estudarem em universidades paraguaias, por conta do alto valor das mensalidades dos cursos de medicina nas instituições brasileiras.

"Eles chegam aqui sozinhos e nos primeiros meses a saudade de casa aperta. Nada melhor que ser acolhido em um local que se sintam amados. Muitos dos que estão aqui já falam para os novatos: Procurem a tia Neiva", explicou Neiva ao G1.

A dona de casa conta que os jovens tem uma vida corrida durante a semana por conta das atividades acadêmicas, mas os finais de semana são "sagrados" para se encontrarem: "Aqui eles pedem conselho, conversam, choram e brincam. As vezes preparamos refeições e procuro fazer com que eles se sintam pelo menos um pouquinho em sua casas", e ainda acrescentou:

"Se eles precisarem que eu os busquem ou os levem para algum lugar, eu faço na maior alegria. Esses dias por exemplo eu indiquei um cabeleireiro para um estudante e acabei o levando para corta o cabelo. Somos uma grande família", conta.

Segundo a estudante de medicina Anna Karoline Fernandes, que há cinco anos mora na região, Neiva e sua família são especiais para ela desde que chegou para ingressar no curso de medicina: "Eles são a minha família em Ponta Porã. Me lembro que quando cheguei aqui sozinha, já fui convidada para almoçar com eles. São pessoas acolhedoras e muito receptivas. Eu sempre falo para Neiva que ela se tornou a minha mãe de Ponta", relembra.

Na época, a jovem conta que não tinha um meio de transporte e parte da família de Neiva, sempre que precisava, a buscava para ir a igreja e depois, almoçar na casa deles. Anna afirma que o tratamento especial não é

Segundo Neiva, que mora com o esposo e mais dois filhos, relembra que viu a necessidade de ajudar os jovens que chegam na fronteira em busca do sonho de ser médico para que possa concluir essa etapa com sucesso: "Alguns chegam com medo, até mesmo por conta da violência, mas depois eles vão aprendendo como funcionam as coisas aqui, tanto em Ponta Porã como lá no Paraguai, onde eles passam a maior parte do tempo", afirma.

Neiva reforça que com o início das férias de fim de ano, muitos dos estudantes já embarcaram para suas casas: "Minha casa é um ponto de cultura e com essa ida breve deles a gente sente um pouco de falta, mas sei que eles estarão muito bem com seus pais. Eles vão passar uns dias por lá e no ano que vem, começa tudo de novo. Torço muito por cada um deles e no que precisar, estarei sempre aqui para ajudá-los", finaliza.

 

 

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