A advogada Laura Marcela Casuso, de 54 anos, assassinada na noite de segunda-feira (12/11), [Relembre aqui], por oito disparos em Pedro Juan Caballero, fronteira com Ponta Porã, estaria ameaçando autoridades no país. Foi o que informou nesta quarta-feira (14/11), um importante jornal paraguaio, o ACB Color.
Segundo a reportagem, Laura viva em guerra com as lideranças do Paraguai. Em 2016, quando o governo paraguaio defendeu a extradição de Pavão para o Brasil, Laura teria ameaçado revelar negócios sujos envolvendo o então presidente do país vizinho, Horacio Cartes. No ano passado, ela acusou o governo de mentir sobre supostos planos de resgate e fez novas ameaças.
Ainda de acordo com o ABC Color, nos últimos meses, Laura tinha intensificado as acusações às autoridades paraguaias e revelado, em conversas com pessoas ainda mantidas em sigilo, nomes de membros do governo e da polícia que receberiam dinheiro para proteger o crime organizado.
Propina do chefe
Nesta quarta-feira (14), o jornal divulgou um áudio enviado por Laura Casuso via WhatsApp a uma pessoa não identificada em que ela faz novas denúncias de corrupção entre policiais paraguaios.
Um dos alvos das denúncias é o comissário Abel Cañete, diretor geral de investigações da Polícia Nacional do Paraguai. Na conversa, possivelmente com alguma autoridade do país vizinho, ela afirma que um homem chamado Epifânio Barreto é quem leva dinheiro do crime organizado para Abel Cañete.
“Vocês estão podres até a cabeça. Epi [Epifânio] é quem traz dinheiro para o grupo de Abel e companhia, então eles são todos loucos. Você não pode fazer nada trabalhando assim”, afirmou Laura no áudio revelado pelo ABC. Epifânio seria o contato de Minotauro com o comissário.