sexta, 19 de abril de 2024
GELEIÃO

Em carta, fundador do PCC relata “batismo” a presos da PED na década de 1990

08 novembro 2019 - 12h30Por Dourados News

Apontado como único fundador ainda vivo do PCC (Primeiro Comando da Capital), José Márcio Felício, o Geleião, afirma ter “batizado” toda a Penitenciária de Dourados no final da década de 1990. O relato sobre essa passagem, embora breve, consta em carta reproduzida pelo Portal UOL com a história das origens dessa facção criminosa.

Na publicação, ele detalha suas vivências ao longo de 40 anos de prisão. No histórico criminal vastamente documentado pela mídia brasileira, é narrada a primeira condenação por estuprar uma jovem. Conforme a carta reproduzida pelo UOL, Geleião fundou o PCC em presídios de São Paulo e depois de rebeliões e assassinatos foi envolvido em uma troca com presos do Paraná no dia 6 de março de 1998.

"Depois passamos nas penitenciárias de Piraquara, Maringá, Curitiba. No fim, fomos transferidos para o Mato Grosso do Sul. Apenas os três fundadores foram para lá: eu, Cesinha e Mizael. Lá chegando fui separado de Cesinha e Mizael. Me transferiram para a penitenciária Arrin Amorim Costa (Harry Amorim Costa, hoje PED), em Dourados. Lá, fui direto para o pavilhão e já dominei tudo. Batizei a penitenciária toda, a polícia descobriu”, afirma, em referência ao antigo nome da Penitenciária de Dourados, porém com erro de grafia.

Depois de “batizar” a Penitenciária de Dourados, acabou transferido para a Polícia Federal de Campo Grande, posteriormente foi para a prisão de segurança máxima da capital, onde reencontrou velhos amigos de São Paulo, que segundo ele “já tinham dominado e batizado os presos” de Mato Grosso do Sul.

“Alguns não aceitavam porque tinha um cara que era líder e não queria perder a liderança. Então a solução era matar ele. Era ele ou nós. Acabei então matando ele. Fui condenado a 8 anos e 8 meses por este homicídio. Depois da morte, chegamos ao domínio total. Chamamos todos e fundamos o Primeiro Comando do Mato Grosso do Sul. Depois de dominado o estado do Mato Grosso do Sul, fomos transferidos de volta para o Paraná”, detalha.

Na manhã de 14 de maio de 2006, um domingo, Dia das Mães, a PED (Penitenciária Estadual de Dourados), à época denominada Phac (Penitenciária Harry Amorim Costa), foi palco de rebelião orquestrada pela facção criminosa fundada por Geleião.

Houve situações semelhantes em várias penitenciárias de São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Paraná, além de Campo Grande e Dourados, onde foram 30 horas de tensão e negociação para tentar acalmar os presos que deixaram um rastro de destruição.

A rebelião começou quando agentes penitenciários organizavam dia de visita. O clima parecia tranquilo, apesar dos ataques realizados por uma facção criminosa paulista em vários Estados brasileiros. Pouco tempo depois, aquele ar de calmaria se transformou numa bomba-relógio. Pessoas foram feitas reféns, quebra-quebra e muita tensão tomou conta das celas da casa de detenção.

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