A jovem de 21 anos que alegou ter sido estuprada na Cidade Universitária, teve relação sexual consentida com um homem casado, de 25 anos de idade, na biblioteca desativada que fica na praça anexa ao terminal de transbordo de Dourados no dia 4 de abril, data em que ela mentiu ter havido o crime. A universitária ficou com medo de contar à famÃlia que havia tido a relação, então acusou o ex-namorado, Flavio Mauri de Souza, 36. A polÃcia não divulgou o nome da jovem e nem o do rapaz envolvido.
Em entrevista coletiva na Delegacia da Mulher na tarde desta quinta-feira (05), a delegada Paula Ribeiro dos Santos Oruê, contou detalhes da investigação que apontou que Flavio não cometeu o crime de estupro.
A apuração começou logo no dia quatro de abril, quando a estudante da Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) procurou a Delegacia para denunciar que havia sido vitima de estupro às 10h daquele dia próximo à biblioteca da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados).
Conforme relata Paula, a jovem então considerada vÃtima contou que teria ido ao local devolver um livro, quando foi atacada e forçada a ter relações sexuais, sob a ameaça de duas facas. Logo nesse dia, ela acusou Flavio pelo crime e informou que ele era um reeducando do presÃdio de regime Semiaberto.
Com a versão prestada pela vÃtima e por ser caracterÃstica de um crime de estupro não ocorrer com a presença de testemunhas, a delegacia acionou a PolÃcia Militar, que por sua vez realizou as diligências e encontrou o rapaz em seu local de trabalho. Ele foi levado à delegacia e a todo o momento, negou ter praticado o crime e indicou o nome de testemunhas que poderiam confirmar que ele não teria deixado o local de trabalho em momento algum no perÃodo da manhã naquele dia 4, quando a vitima relatou ter acontecido o crime.
"Só que para a infelicidade dele, algumas pessoas apontadas por ele afirmavam que numa janela de horários naquela manhã, não teriam visto esse suspeito no local. Então a gente tinha essa dúvida sobre a estada dele no trabalho durante o perÃodo matutino e nós tÃnhamos a palavra da vÃtima que, como tÃnhamos dito, tem enorme força", explica a delegada.
O laudo constatou que o hÃmen da jovem estava recentemente rompido, e tanto o sangue nas roupas dela quanto as dores que ela relatou ter sentido, estariam associados à s caracterÃsticas de uma primeira relação sexual. Não havia qualquer vestÃgio no corpo dela que indicasse uso da violência.
Com esses depoimentos em mãos, a então vÃtima foi ouvida novamente para esclarecimentos. Foi só nesse momento em que viu as provas, ela finalmente admitiu que houve consentimento e que mantinha contato com o rapaz de 25 anos de idade. Relatou ainda que relatou o estupro por estava com vergonha da famÃlia e medo de qual seria sua reação ao descobrir que havia perdido a virgindade, sendo que ela deveria estar na universidade e não em qualquer outra atividade.
Ele foi preso em flagrante logo após o suposto crime e solto em torno de três dias depois por falta de provas. No entanto, como ao ficar preso não compareceu para dormir no Semiaberto, foi considerado foragido deste estabelecimento penal.