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Idoso de 79 anos é despejado da área onde mora desde 2001

Idoso de 79 anos é despejado da área onde mora desde 2001

20 agosto 2012 - 15h30
NovaNews


Um idoso de 79 anos, identificado como Mário Crescêncio, foi despejado da casa onde residia desde 2001. O imóvel, localizado nas proximidades do Córrego Esperança, na zona rural de Batayporã, foi leiloado pela Justiça e o novo proprietário solicitou a desocupação da área.

Segundo o oficial de Justiça que cumpriu a ordem de despejo, a propriedade, onde funcionou uma cerâmica no início da década de 2000, foi vendida para quitar dívidas trabalhistas uma vez que, a empresa abriu falência, deixando várias pendências financeiras com banco e com os próprios funcionários.

A ação judicial de número 70.500-51-20085.24.0056, que tramitou na Vara do Trabalho de Nova Andradina, culminou com o despejo do senhor Mário Crescêncio, que foi solicitada pela pessoa que arrematou a área leiloada.

Nas palavras do idoso, ele teria sido convidado em 2001 pelo proprietário das terras na época, identificado por ele como José Luiz, para morar e cuidar do local, desempenhando as funções de caseiro. "O Zé Luiz disse que eu poderia ficar no local, tombar a terra, plantar e permanecer morando aqui. Depois fiquei sabendo que ele havia falecido, mas como ninguém veio me procurar, continuei na casa", explica.

Seu Mário Crescêncio afirmou que apenas em novembro de 2011 tomou conhecimento de que a terra possuía novo dono. "Já faz 11 anos que moro aqui e agora, de uma hora para outra, aparece o dono e exige minha saída", reclama.

Separado da esposa e dos filhos, o idoso afirma não saber o que fazer. "Não tenho para onde ir. Fiz cadastro no programa Minha Casa, Minha Vida, mas acho que serei contemplado somente após a campanha eleitoral", afirmou ele, ao dizer que terá que morar de favor em algum lugar.

Um dos filhos de Mário, Reginaldo Crescêncio, que acompanhava o despejo do pai, afirmou ser uma injustiça o que aconteceu com o idoso. "Entendo que a terra possui um proprietário, mas não acho justo uma pessoa cuidar de um lugar por 11 anos e sair sem direito a nada", reclama o rapaz, ao afirmar que os familiares são muito pobres e não tem condições de acolher seu Mário com dignidade.

Os móveis que estavam na casa ocupada pelo idoso foram transportados para uma casa vizinha, cuja proprietária ofereceu o espaço para guardar os pertences de seu Mário, já que ele não tinha para onde levá-los. O idoso ficará alojado provisoriamente na casa de um dos filhos, até que seja disponibilizada uma moradia para ele.

Segundo o oficial de justiça que cumpriu a ação de despejo, a operação se deu de forma pacífica. Ele orientou seu Crescêncio a procurar a Justiça para obter informações sobre a sua situação. "Eu estou aqui apenas para cumprir a ordem judicial. Afirmo que todos têm direito à Justiça, portanto se ele se sentir lesado de alguma forma, pode buscar auxílio junto às autoridades competentes que julgarão o caso com base na lei", explicou.

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