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'Jamais pularia', diz pai sobre menino que caiu de prédio

09 novembro 2011 - 15h40
G1 MS

Os pais do menino que caiu do 13º andar de um prédio em Campo Grande, na última sexta-feira (4), não acreditam que o filho de dez anos tenha se jogado do apartamento onde morava com a família. Para o casal de comerciantes Devanir Dias Basílio e Fabiana Francisco Dias, o menino foi assassinado.

"A minha ideia é que meu filho estava se preparando para tomar um banho e foi surpreendido, ou com alguém que achou que a porta estava aberta e empurrou, ou alguém chamou a atenção dele na porta. Ele foi ver e dali foi jogado para fora”, afirma o pai.

Ainda segundo Devanir, o menino era bom aluno na escola, tinha muitos amigos e nunca havia sofrido de depressão. "Ele não fez isso, não foi educado para isso, não tinha esse preceito de vida. Jamais pularia daquele apartamento".

De acordo com o delegado Márcio Custódio, responsável pela investigação, nenhuma possibilidade está descartada. “Estamos trabalhando com outras hipóteses. Em um primeiro momento, não havia sinais de luta no apartamento. A hipótese de suicídio ficou como a mais provável”, disse.

Basílio e Fabiana afirmam que o garoto tinha vida normal dentro e fora da escola, boas notas, muitos amigos, ótimo relacionamento com os irmãos e sem histórico de problemas depressivos.

No momento da queda, de acordo com Basílio, o menino e a irmã, de 13 anos, estavam sozinhos no apartamento. A mãe estava trabalhando na loja que pertence à família, enquanto o pai havia saído para buscar o almoço.

"Meu filho se preparava para ir à escola. Ele teve o trabalho de pegar uma maçã e embrulhar em papel alumínio para levar o lanche", conta Basílio. Ele explica que o filho foi tomar banho na suíte do casal, enquanto a irmã estava no banheiro social. "Cada um deles usou um dos banheiros. Ele se despiu, ficou só de sunga. Os óculos estavam dentro da pia do banheiro. Ele nunca tirava os óculos."

Segundo o pai, a irmã contou que escutou o volume da televisão aumentando, seguido do som de uma porta batendo. Porém, ela somente teria saído do banho quando o porteiro interfonou para o apartamento comunicando sobre a queda.

Outro ponto que não condiz com a hipótese de suicídio, segundo a família, é a janela pela qual a vítima teria caído. A janela fica na área de serviço e a uma altura que seria, na opinião dos pais, improvável para o garoto subir sozinho e cortar a tela de proteção.

“No apartamento tem várias janelas. Três são encostadas na cama. Ele caiu de uma janela em que era difícil escalar”, disse Basílio. “Por que ele escolheu a janela difícil? Por que ele se despiu para se matar?”.

Para a família, se o garoto realmente tivesse pulado, teria escolhido outra janela com acesso mais fácil para pular. Uma faca que teria sido usada para cortar a tela de proteção também foi apreendida e encaminhada para a perícia. O apartamento em que a família vivia segue interditado.

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