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Brô MC's prepara série de ficção que será exibida em canais públicos do País

Brô MC's prepara série de ficção que será exibida em canais públicos do País

11 janeiro 2016 - 07h30Por Campo Grande News
Os rappers do Bro MC's sempre tiveram coragem de falar sobre o cotidiano na aldeia. As letras em guarani aliadas ao estilo de rua foram motivos suficientes para que eles participassem de uma cerimônia presidencial e de diversos programas de entretenimento. Agora, os jovens se preparam para ocupar outro patamar cultural, o do cinema brasileiro.


Com a produção audiovisual Guateka em andamento, Bruno, Clemerson, Charlie e Kelvin serão protagonistas de uma série de ficção baseada em fatos reais, no cotidiano da aldeia. “A série vai abordar a realidade dos indígenas desde o projeto de criação, a formação e a preparação do Brô MC's. O objetivo maior da série é mostrar para o restante da população a cultura Guarani Kaiowá, tirando todo esse peso que envolve a temática indígena”, afirma o produtor dos meninos, Higor Lobo.

Os testes de elenco foram realizados no mês de dezembro e na segunda-feira (11), as gravações começam na cidade de Dourados, município onde os músicos moram. “Uma produtora de Dourados nos procurou com a ideia de uma roteiro, de tentar algum edital, a partir dai nós fomos conversando até conseguirmos a aprovação. O grupo também vai atuar e interpretando eles mesmos”, explica Higor.

O diretor da obra é Thiago Rotta, 31 anos, que escreveu toda a sua história na arte por meio da atuação em teatro. O desejo de seguir o caminho cinematográfico surgiu durante o retorno a Dourados, após anos morando no Rio de Janeiro.

“A série tem cinco episódios, é baseada em fatos reais, mas é ficção. Nem trocamos os nomes deles a série. Pensei no Brô porque eu já conhecia o Higor e a Dani, produtores do grupo, há anos. Lendo o edital eu achei que encaixava muito na história deles, de um público jovem, que se organiza em coletivos. A questão do subúrbio, porque querendo ou não, é como as aldeias são vistas em Dourados. Sai daquela visão tradicional indígena”, indica.

Guateka foi aprovada pelo edital de produções para TV pública Centro-Oeste da Ancine (Agência Nacional de Cinema). “Os meninos estão a vontade para as gravações. Essa não é a primeira vez que eles precisam lidar com a câmera. Já participaram de uns dois ou três longas-metragens como Terra Vermelha e A Curva do Rio Sujo, gravado em Bela Vista. Eles tem conhecimento da área, agora um pouco mais de responsabilidade por serem os protagonistas”, acredita Thiago.

Os atores que acompanharão o grupo nas gravações também foram selecionados. "Já finalizamos a audição antes do Natal. Foram audições na cidade e na aldeia, que precisou ser feita em dois dias devido ao maior número de atores indígenas na produção", diz.

Após a finalização, a obra será transmitida em todos os canais de talevisão públicos. “Depois queremos negociar para a TV fechada e quem sabe os serviços de streaming”, frisa o cineasta.

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