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No MS, trabalho de assistência técnica transforma propriedades e vida de famílias

No MS, trabalho de assistência técnica transforma propriedades e vida de famílias

22 dezembro 2015 - 11h00Por Sepaf
Os programas e projetos destinados ao fomento da atividade leiteira tem na assistência técnica sua principal força propulsora.

Não é a toa que os produtores dos assentamentos assistidos por projetos Governamentais e instituições como o Senar/MS, parceiro do Governo do Estado, no projeto ‘Leite Forte’, atribuem aos profissionais que os atendem parte da responsabilidade pela melhoria do desempenho da atividade dentro de suas propriedades.

No município de Terenos, no Assentamento Santa Mônica, visitamos uma família que detalhou a relação profissional e de amizade que mantém com a médica veterinária que os atende através do Programa ‘Mais Leite’, do Senar/MS.

Aos 59 anos, Claudenor Pereira da Silva, que desde 2009 deixou a vida dura dos acampamentos para ter seu tão sonhado pedaço de chão, comemora junto da esposa Zila Aguirre da Silva, a chegada da assistência técnica na propriedade. “Mudou tudo”, resume orgulhoso o produtor, ao lembrar a baixa produtividade quando começou a trabalhar com as primeiras vacas.

Diferente de outros produtores, Claudenor não criou resistência à aplicação das técnicas trazidas por Nivaldo Passos de Azevedo Junior, seu primeiro instrutor. “Tudo que ele ensinava a gente lutava pra fazer igual”.

Atualmente, com uma boa casa, pasto formado e tirando uma média de cinquenta litros de leite por dia, Claudenor garante o sustento, dele, a esposa e os dois netos que ajuda a criar, sem grandes dificuldades e comemorando pequenas evoluções a cada visita da técnica Natália Leite, que o atende substituindo Nivaldo, hoje seu supervisor.

De posse dos relatórios diários feitos pela Dona Zila, contando tudo que acontece na propriedade, a médica veterinária Natália – uma apaixonada pela profissão, que escolheu ainda aos seis anos de idade – nos revela mês a mês a evolução das atividades na propriedade do casal pontuando as ações que lhe foram sugeridas, sem deixar de destacar o empenho e força de vontade que os move.

No meio da conversa, é fácil perceber que a relação dos profissionais com os produtores é muito estreita, ao ouvir do Seu Claudenor suas preocupações com as inúmeras atividades que Natália executa além do atendimento a sua propriedade, principalmente com relação aos perigos que a jovem médica veterinária enfrente nas estradas atendendo produtores também no município de Figueirão. “Tem dia que ela vem aqui, passa a manhã atendendo e já segue pra Figueirão no mesmo dia. A gente fica preocupado”.

Natália que no inicio precisava de mapas e muitas vezes se perdia quando vinha para o Assentamento, lembra que hoje, pouco mais de um ano, faz o caminho com tranquilidade e se sente privilegiada pela paisagem, mesmo tendo deixado a família toda em São Paulo para trabalhar no Estado.

Recebendo hoje 0,90 centavos por litro de leite – que armazena num resfriador cedido pelo Governo do Estado, através do programa ‘Leite Forte’, numa propriedade vizinha – Seu Claudenor mantem as sete vacas em sete hectares bem aproveitados, segundo Natália.

Recentemente um sistema de irrigação com 42 aspersores, também cedido pelo Governo do Estado através do mesmo programa, foi instalado o que segundo o produtor deve ajudar a ampliar seus ganhos. “Não posso reclamar da assistência, dos equipamentos, tudo contribui muito, agora, o que está cada vez mais difícil para nós, é conseguir dinheiro do Governo Federal”.

Claudenor reclama que os bons e maus pagadores recebem o mesmo tratamento por parte das instituições financeiras e governamentais e que isso, ao longo dos anos, tem se refletido em prejuízos para os que honram com seus compromissos, como é o seu caso.

O produtor destaca ainda que não percebe o desenvolvimento das ações anunciadas com inúmeras propagandas principalmente nos canais de televisão, destinadas à agricultura familiar. “Eles falam em milhões, bilhões, mas aqui não chega”. Comenta argumentando que, se o tratamento para os bons pagadores fosse diferenciado e os recursos não tivesse destino tão incerto – quanto tem observado com as denuncias e casos cada vez mais numerosos de corrupção – já poderia ter adquirido mais produtos e até mais animais e a vida poderia ser um pouco mais tranquila.

Mesmo com a dura rotina de trabalho, que os põe de pé todos os dias por volta das 4 horas da manhã, e entrando pra dentro de casa já com a novela das oito por começar, como comenta Dona Zila, o casal tem boas expectativas e confiança de que as coisas só tendem a melhorar e o futuro dos netos deverá ter um pouco mais de conforto do que os filhos tiveram. “Passamos anos difíceis na lona, a beira da estrada. Hoje somos muito gratos por tudo que essa terra nos proporciona e por essa pessoa maravilhosa que Deus colocou na nossa vida”. Agradece Claudenor abraçando a instrutora Natália, a beira do fogão de lenha, convidando a todos para o almoço.

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