Integrante da equipe de defesa do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), o advogado Antônio Figueiredo Basto assegurou, nesta segunda-feira, que o petista não irá recorrer à delação premiada. Ex-líder do governo Dilma no Senado, Delcídio está preso desde de novembro sob a acusação de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.
Responsável pelo fechamento de delações relevantes para as investigações na Operação Lava Jato, entre elas a do doleiro Alberto Youssef e a do dono da UTC, Ricardo Pessoa, o advogado é veemente ao negar que o petista busque um acordo.
"Esquece delação, não tem delação. Não precisa neste caso porque entendemos que temos condições de fazer uma ótima defesa dele", afirma Basto. Ele diz que a defesa vai "enfrentar o mérito na questão do áudio, na questão da conversa, das nulidades que nós entendemos. É uma tese de defesa, que, no momento oportuno, vamos colocar nos autos".
O pivô da prisão de Delcídio foi uma gravação feita por Bernardo, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, em que, entre outros pontos, o senador revela um plano para conseguir um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para tirar Cerveró da prisão e enviá-lo ao exterior. Em troca, o ex-diretor da Petrobras pouparia o senador petista e o banqueiro André Esteves em sua delação premiada.
No início de dezembro, o Supremo negou pedido de habeas corpus apresentado por Delcídio. Segundo o advogado do ex-líder do governo no Senado, um novo pedido de soltura deverá ser apresentado logo após o fim do recesso no Judiciário, previsto para se encerrar no início de fevereiro. "Com certeza haverá um novo pedido. Vamos insistir nisso. Acho muito discutível a prisão em flagrante, com todo respeito, não houve flagrante", conclui Basto.