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DST's podem causar infertilidade permanente

Algumas doenças podem causar inflamações, gravidez ectópica (fora do útero) e, até mesmo, danificar estruturas femininas

23 janeiro 2015 - 13h24Por Fonte: perfilnews
Quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) podem evoluir e causar infertilidade, especialmente nas mulheres. A complicação pode ser resultado de inflamação, espessamento, obstrução ou danificação das tubas uterinas, que dificultam o encontro do óvulo com o espermatozoide. As DSTs são causadas por diversos tipos de agentes e transmitidas, principalmente, por contato sexual sem proteção.

“Em casos mais graves, essas infecções podem gerar abscessos na pelve. Esse é um tipo de infecção tão grave que gera pus na cavidade pélvica, onde fica o aparelho reprodutor feminino”, explica a Dra. Ana Luiza Nunes, especialista em reprodução assistida do Grupo Huntington Medicina Reprodutiva. O tratamento, dependendo da gravidade, inclui a retirada do ovário e da tuba acometidos, gerando assim uma diminuição significativa na reserva de óvulos da mulher – o que dificulta, inclusive, os tratamentos de reprodução assistida.

Mulheres afetadas por DSTs podem, ainda, desenvolver uma gestação ectópica. “É um tipo de gravidez que ocorre fora do útero, nas trompas, causada por uma dificuldade no transporte do embrião até o local correto. O feto começa a se desenvolver ainda na tuba uterina e não sobrevive. Caso se desenvolva, pode destruir as estruturas maternas, que são bastante delicadas”.

E os homens?

Os homens não estão livres dos efeitos de infertilidade ocasionados pelas DSTs. Os sintomas podem demorar mais a aparecer ou, então, em muitos casos, serem silenciosos. São relacionados à infecção do canal da urina (uretrite), próstata e epidídimo – local onde ocorre o amadurecimento dos espermatozoides. Isso resulta em uma piora significativa na qualidade do sêmen.

Fique atento às DSTs!

Entre as principais, perigosas para a saúde e que podem ocasionar a infertilidade, estão: Aids (HIV), Cancro mole, Clamídia, Gonorreia, HPV, Doença Inflamatória Pélvica (DIP), Donovanose, Hepatites virais, Herpes genital, Infecção pelo HTLV, Linfogranuloma venéreo, Sífilis e Tricomoníase.

Quais são as mais perigosas?

As mais perigosas para a fertilidade são a Gonorreia, causada pela bactéria Gonococo e a Clamídia, pois estes agentes têm preferência (tropismo) pelas tubas uterinas e rapidamente podem danificá-las, comprometendo a fertilidade. Muitas vezes, causam corrimento vaginal discreto, fato que não causa alarde na paciente e esta não procura tratamento. Por isso, recomendamos a todas as mulheres em idade reprodutiva a procurarem seus ginecologistas para uma rotina ginecológica para prevenção.

Duas delas, o HPV e o HIV, entretanto, são mais conhecidas pela população e têm tido maior incidência nos últimos anos. “O HPV é o responsável por 90% dos casos de câncer de colo de útero. O vírus também pode causar a proliferação das verrugas na vagina, na região anal ou no períneo, que também podem ser responsáveis pela infertilidade. A infecção pelo HPV tornou-se uma preocupação de saúde pública e já existem vacinas para prevenir a infecção na rede de saúde, para meninas entre nove e 13 anos de idade. Também é fundamental a realização do teste de Papanicolau, exame de rotina da mulher para prevenção deste tipo de câncer”.

Sobre o HIV, a médica esclarece que é comum que homens e mulheres infectados também apresentem outras DSTs, que podem causar danos irreversíveis ao sistema reprodutor. Neste caso, também é necessário um tratamento de reprodução assistida para engravidar.

Casais portadores do vírus HIV têm alternativa para ter filhos

Há alternativas para casais que querem ter filhos e são portadores do vírus HIV. A inseminação intrauterina ou a Fertilização In Vitro, após a preparação e avaliação do sêmen, são seguras. Para isso, a carga viral no sêmen do paciente é medida para avaliar a possibilidade de realizar algum dos tratamentos.

“Todas as pessoas que tiveram uma DST que afetou a fertilidade podem buscar métodos de reprodução assistida. As mulheres que apresentam infertilidade por fator tubo-peritoneal, com alterações anatômicas das trompas de Falópio, por exemplo, podem recorrer à Fertilização In Vitro, uma alternativa muito segura para engravidar”, conclui a especialista.

Sobre o Grupo Huntington

Criada em 1995, a Huntington Medicina Reprodutiva é um dos maiores grupos do Brasil, com três unidades instaladas em São Paulo e uma nova unidade em Campinas. Sob a direção de Paulo Serafini e Eduardo Motta, renomados especialistas na área, o grupo é referência nacional e internacional em tratamentos para fertilidade. A Huntington possui corpo médico e técnico-científico altamente capacitado, que se destaca na prática clínica, cirúrgica e tecnológica. Os principais tratamentos utilizados atualmente são: Inseminação Artificial, Fertilização in Vitro, além de técnicas de reversão de vasectomia e de laqueadura, entre outras. Visite www.huntington.com.br

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