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Filho de Tim Lopes visita pela primeira vez a Vila Cruzeiro

Filho de Tim Lopes visita pela primeira vez a Vila Cruzeiro

01 junho 2012 - 16h20
o Globo


Depois de brigar por causa de uma mulher, um homem de 31 anos levou duas facadas em Naviraí, a 366 km de Campo Grande. Segundo o agressor, um homem de 49 anos, a briga começou por causa de ciúme.

A vítima, que levou um golpe do lado direito do peito e outro na mão esquerda, foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada até a Santa Casa da cidade.

O autor será indiciado por homicídio doloso na forma tentada. A Polícia Militar (PM) conseguiu prende-lo próximo ao local onde aconteceu o crime. Ele não resistiu a prisão e foi encaminhado para Delegacia de Polícia de Naviraí Segundo a PM, é frequente o número de casos de briga motivados por ciúme entre homens e mulheres.

Os olhos estavam um pouco vermelhos e o comportamento um tanto perturbado, mas a coragem e a disposição de mostrar todo o caminho percorrido pelo pai, o jornalista Tim Lopes, fizeram com que o filho do repórter, o também jornalista Bruno Quintella, de 29 anos, fosse pela primeira vez à Vila Cruzeiro e ao Complexo do Alemão. A visita, dez anos depois da morte de Tim, faz parte do filme que o próprio Bruno está produzindo: “História de Arcanjo — um documentário sobre Tim Lopes”.

Nesta quinta-feira, sentado num bar na Rua João Alegrete, na Vila Cruzeiro, onde era realizado o baile funk com prostituição infantil que Tim queria denunciar, Bruno ouviu histórias e conversou com o morador Edinaldo Lima Corrêa, que lembrava do episódio e das noites que o jornalista da TV Globo parou nesse bar até ser abordado e capturado por traficantes. Um dia antes, na quarta-feira, quando foi inaugurada a UPP que abrange a Pedra do Sapo, Bruno esteve pela primeira vez onde o corpo do pai foi encontrado. Sozinho, no local onde hoje há um campo de futebol, ele disse que parou, rezou e chorou.

— Eu nunca vim até o Complexo do Alemão ou a Vila Cruzeiro. É um tanto estranho. Estou fazendo um documentário e refazendo os passos de meu pai, onde ele foi capturado e para onde ele foi levado. Na quarta-feira, na Pedra do Sapo, foi como se eu estivesse pela primeira vez no cemitério aonde nunca fui. É como se eu terminasse ali uma etapa da minha vida.
A ideia de fazer um documentário sobre a vida de Tim Lopes começou em 2004 quando o cinegrafista e amigo pessoal de Tim, Guilherme Azevedo procurou Bruno Quintella nos corredores da TV Globo, onde ambos trabalhavam. O pensamento foi amadurecendo e em 2009 Bruno e Guilherme Azevedo registraram o argumento do documentário na Biblioteca Nacional. Os depoimentos começaram a ser gravados em 2010. Foram ouvidos amigos, colegas de profissão e pessoas que compartilharam da vida profissional de Tim. Bruno e Guilherme Azevedo também fizeram passagens nos blocos de carnaval Simpatia É Quase Amor e Imprensa Que eu Gamo, onde o jornalista desfilava todos os anos. A paixão pela Mangueira também será retratada no documentário.

— Quando a gente pensa em falar de alguém não pode pensar só em mostrar o momento da morte. Estou fazendo um documentário que vai mostrar também toda a obra do meu pai e o que ele fez durante os anos de profissão. O Tim ficou conhecido da população depois que morreu. Quero mostrar para essa população quem foi meu pai, sua obra. Quero mostrar o Tim sambista, o Tim alegre também — ressaltou Bruno.

Amigo pessoal e cinegrafista de Tim Lopes em suas matérias durante anos, Guilherme Azevedo disse que o documentário deve ficar pronto no fim deste ano.

— Eu tinha que seguir os passos do meu pai para só assim seguir em paz meu caminho. De agora em diante eu vou poder seguir meu caminho como ele sempre quis — completou Bruno.

O Complexo da Penha, na Zona Norte da cidade, ganhará em um prazo de 15 a 20 dias duas Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). Segundo o relações pública da PM, coronel Frederico Caldas, as novas UPPS vão atender às comunidades da Fé, Sereno, Carocol, Chatuba, Caixa D'água, Brotão e Paz. As equipes Batalhão de Operações Especias (Bope) montaram a base de comando na quadra da Chatuba, onde antes era realizado bailes funk frequentados por traficantes. A polícia ainda não especificou o efetivo que será responsável pelo patrulhamento na região.

Na quinta-feira, cerca de 300 policias do Bope, dos batalhões de Choque (BPChoque) e de Ações com Cães (BAC), além do Grupamento Aeromarítima (GAM), entraram no complexo de favelas. Eles começaram a substituir os homens do Exército que patrulhavam as comunidades há meses, desde o fim do ano passado, quando a região foi ocupada pela polícia.

Segundo a Polícia Militar, desde segunda-feira já foram presos 34 suspeitos e 15 menores apreendidos, no Complexo da Penha. Foram recuperados quatro carros e uma moto. Além disso, as equipes apreenderam seis revólveres, três pistolas, uma espingarda, munição e carregadores, 736 pedras de crack, 45 frascos de cheirinho da loló, 12 comprimidos de ecstasy, 125 papelotes de cocaína, 236 sacolés de cocaína, 1.663 capsulas de cocaína e 9.637 trouxinhas de maconha. Também foram recuperados, entre outros itens, sete rádios transmissores, uma réplica de fuzil e uma réplica de pistola.


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