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HPV pode causar verrugas genitais e câncer de colo do útero ou de pênis

HPV pode causar verrugas genitais e câncer de colo do útero ou de pênis

23 janeiro 2012 - 18h00
Bem Estar

O vírus do papiloma humano (HPV) está diretamente ligado ao câncer de colo do útero, a segunda maior causa de morte de mulheres por tumor no mundo, atrás apenas do de mama. Os principais sintomas da doença são sangramentos e dor nas relações sexuais.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), sem considerar os tumores da pele não-melanoma, o câncer do colo do útero é o mais incidente na região Norte (24 por 100 mil mulheres). Nas regiões Centro-Oeste (28 por 100 mil) e Nordeste (18 por 100 mil), ocupa a segunda posição. No Sudeste (15 por 100 mil), o terceiro, e no Sul (14 por 100 mil), o quarto lugar. Enquanto o Amazonas tinha uma taxa de mortalidade de 16,7 casos por 100 mil mulheres em 2008, em São Paulo a ocorrência era de 3,13.

Os homens também são atingidos pelo HPV: até 40% dos casos de câncer de pênis são causados por esse vírus, cujo contato alcança 80% da população sexualmente ativa.

Segundo o ginecologista José Bento e o infectologista Caio Rosenthal, toda mulher que tem ou já teve vida sexual deve fazer o exame preventivo ginecológico, especialmente as na faixa etária entre 25 e 64 anos, segundo recomendação do Inca. O papanicolau não dói, principalmente quando a mulher está relaxada.

Após o exame, a paciente deve retornar ao local (ambulatório, posto ou centro de saúde) na data marcada para saber o resultado e receber instruções. Tão importante quanto fazer o teste é buscar o resultado e apresentá-lo ao médico.

Em alguns casos, o HPV pode causar verrugas na parte genital, tanto nos homens quanto nas mulheres. Outros sintomas nos homens são manchas ou coloração diferente na glande, mas o vírus também pode não dar nenhum sinal. O homem deve investigar a suspeita de contaminação com um urologista.

Na mulher, há três formas de manifestação do HPV: clínica, que são as verrugas; subclínica, que são as lesões no colo do útero pré-cancerígenas e que só o papanicolau detecta; e a forma latente, quando o vírus fica escondido, sem provocar sintomas.

A maioria das infecções é transitória e combatida espontaneamente pelo sistema imunológico, principalmente entre as mulheres mais jovens (abaixo dos 30 anos). Em 80% dos casos, o organismo destrói o vírus em cinco anos.

Em outros pacientes, o HPV não é combatido e, quando reaparece, pode alterar as células da pele, que começam a nascer deformadas. Mas isso não é percebido imediatamente, porque fica numa camada profunda. À medida que a pele superficial é substituída, as camadas de baixo chegam à tona e a lesão se torna aparente.

Entre os 200 tipos de HPV, existem 13 reconhecidos como causadores de câncer pela Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (IARC). Desses, os mais comuns são o HPV 16 e o HPV 18.

As vacinas disponíveis hoje no mundo não garantem imunidade contra todos os tipos do vírus. Estão registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) as vacinas quadrivalente (HPV 6,11,16 e 18) e bivalente (HPV 16 e 18) contra o câncer do colo do útero, indicadas para mulheres com idade entre 9 e 26 anos.

A vacinação custa cerca de R$ 900 as três doses. Segundo o Inca, a dose contra o HPV é uma promissora ferramenta para o combate ao câncer, mas ainda é uma prática distante da realidade dos países de baixa e média renda, por causa do alto custo.

Dicas dos médicos
- Evite compartilhar roupas íntimas e toalhas, pois o HPV também pode ser transmitido por roupas e superfícies contaminadas
- Dois dias antes do papanicolau, não tenha relações sexuais, nem com camisinha, evite duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais
- Não faça o exame menstruada, porque a presença de sangue pode alterar o resultado. A mulher tem direito a um acompanhante
- Use sempre camisinha, que ajuda a proteger contra o HPV, mas não totalmente, já que o vírus pode se esconder na base do pênis ou em locais não isolados pelo preservativo
- Não fume. O tabagismo eleva o risco para o desenvolvimento do câncer do colo do útero

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