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Produtor rural diz que nem sempre os ambientalistas têm razão

Produtor rural diz que nem sempre os ambientalistas têm razão

03 maio 2012 - 15h40
Folha


Não é de hoje que grande parte da imprensa apresenta aos seus leitores, ouvintes e telespectadores a ideia de que os produtores rurais brasileiros são vilões e que os ambientalistas são os heróis.

A sociedade em geral incorpora isso sem maiores questionamentos. Não é certo generalizar a opinião a respeito dos ruralistas e dos ambientalistas.

É preciso derrubar o mito de que aqueles que carregam a bandeira ambiental estão sempre com a razão, pois muitos nunca nem sequer plantaram uma árvore na vida. A defesa do ambiente é uma questão fundamental e será o objetivo da humanidade nas próximas décadas, até por uma questão de sobrevivência, mas não podemos perder de vista o fato irrevogável de que o pior inimigo da natureza é a miséria humana.

Na semana passada, o Brasil acompanhou a votação do novo Código Florestal no Senado, que teve grande repercussão na mídia, com destaque para mais uma derrota do governo Dilma, que insiste em defender uma utopia sem se dar conta da realidade de um país continental e que tenta imputar aos produtores uma culpa indevida, tratando-os como criminosos, e não como trabalhadores.

Não se examinam criteriosamente os impactos inflacionários se forem inviabilizadas milhões de pequenas e médias propriedades Brasil afora. Não se mensura a instabilidade social que um novo êxodo rural causaria nas médias e grandes cidades, ocasionado pela falência dos pequenos municípios. Não se dá crédito ao setor que serviu como âncora verde do Plano Real e que também foi decisivo para dar sucessivos superavit na balança comercial do país.

Nada disso é lembrado pelo governo e nem pelos pseudoambientalistas, que talvez imaginem que a humanidade possa viver apenas de oxigênio.

Caso o Código Florestal fosse aprovado como queria o governo, teríamos que começar destruindo as marginais do rio Tietê em São Paulo, para recomposição de sua mata ciliar. Obviamente, isso se configura como um delírio.

Também existem interesses obscuros de estrangeiros para que o Brasil não se fortaleça ainda mais no setor agrícola. Portanto, precisamos defender os nossos negócios, em vez de ficar dando tanto crédito para ONGs internacionais de países que já devastaram quase 100% de suas matas originais.

Não podemos ser horto florestal de gringos que se dizem mui preocupados com a Amazônia, mas que não hesitam em andar em veículos extremamente poluidores e consumirem com exagero produtos supérfluos.

O Brasil pode e deve se preocupar em preservar a sua natureza, os seus rios, as suas florestas e os seus animais selvagens. Porém deve haver incentivos governamentais para isso, não somente penalizações.

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