quinta, 22 de maio de 2025

Profissão de "caçador de meteoritos" é ainda pouco conhecida no mundo

05 setembro 2011 - 14h40
Profissão de "caçador de meteoritos" é ainda pouco conhecida no mundo

EFE

Eles percorrem o planeta na busca de fragmentos de matéria cósmica que caem na superfície da Terra; são "caçadores de meteoritos", uma tarefa à qual se dedicam de corpo e alma muito poucas pessoas no mundo, entre elas o espanhol José Vicente Casado.

"Encontrar meteoritos é minha forma de viver, esse é meu trabalho", afirma José, que em entrevista à Agência Efe quis "desmistificar" algumas das lendas que circulam ao redor destas rochas do espaço.

"As pessoas veem continuamente meteoritos por todas as partes e, além disso, pensam que são enormes, que um vai cair em cima de nós e vai nos extinguir", resume.

Na sua opinião, acredita-se que são abundantes, mas achar um é "algo extraordinário", porque embora se veja uma estrela fugaz no horizonte e se presuma que esteja perto, pode cair a milhares de quilômetros.

José, da província de Leão, que há mais de 15 anos "caça" meteoritos e tem uma coleção de aproximadamente 120 peças, a mais completa da Espanha, acrescenta que no mundo todo não deve haver mais do que 20 pessoas que tenham tal profissão.

Sua rotina habitual de trabalho consiste em se deslocar a zonas desérticas da África e da América do Sul, onde é mais fácil perceber a presença destas rochas "à simples vista", já que não existe vegetação para as esconder.

No entanto, também encontrou meteoritos na Espanha, como os que achou na província de Palencia em 2004, em uma região de monte, circunstância que dificultou sua busca.

O maior pesava meio quilo, mas o habitual é que sejam pequenos, explica, porque quando um meteorito entra em contato com a atmosfera explode e provoca uma espécie de chuva de pedras.

A este respeito, assinala que todos os dias caem entre 20 e 40 toneladas de pó cósmico na superfície da Terra, embora meteoritos propriamente ditos calcula-se que podem cair cerca de 20 por ano.

"Aparentemente são pedras mais do que normais e é preciso usar um pequeno microscópio para comprovar se são boas. Às vezes achamos que são e não o são e outras vezes ocorre o contrário", aponta.

Acerca do custo econômico desta atividade, José Vicente Casado ressalta que para ele e para seus companheiros nas expedições não lhes representa uma despesa muito alta porque eles viajam com restrição de gastos e se preciso dormem ao relento.

As peças recolhidas por José são usadas em exposições ou doadas para institutos científicos para seu estudo, o que, em suas palavras, pode acabar tendo inclusive "mais valor" do que se obteria ao vendê-las.

Uma destas exposições será patrocinada pelo Museu da Siderurgia e Mineração de Castela e Leão, na localidade leonesa de Sabero, onde se explicarão questões como a formação e evolução do sistema solar e o surgimento da vida.

O caçador de meteoritos José Vicente Casado deve pronunciar uma conferência no Museu na qual dará, diz, algumas pistas de como seguir o rastro destas rochas que "todo mundo quer encontrar".

Deixe seu Comentário

Leia Também

ECONOMIA

Empresas procuraram menos crédito em março

Pesquisa mostra crescimento de 0,9%, ante alta de 13,1% em fevereiro

MATO GROSSO DO SUL

Leilão da BR-163 em MS ocorre nesta quinta (22); projeto prevê investimentos de R$ 16,59 bilhões

Serão realizadas obras de duplicação, faixas adicionais, contornos e melhorias ao longo da concessão.

GERAL

Rede elétrica teve 685 acidentes em 2024, menor número em oito anos

MATO GROSSO DO SUL

PF investiga grupo que falsificava diplomas de enfermagem para atuar em unidades de saúde públicas

Com o diploma falsificado, o grupo conseguia o registro no Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul e assim atuar de forma ilegal.