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Ponta Porã

André Puccinelli inaugura ampliação do presídio de Ponta Porã na quinta-feira

17 dezembro 2014 - 10h30Por Notícias MS
Com foco na redução do déficit carcerário de Mato Grosso do Sul, na melhoria das unidades penais e ressocialização dos internos, o governador André Puccinelli inaugura nesta quinta-feira (18), a primeira etapa da ampliação em 84 vagas do Estabelecimento Penal Ricardo Brandão, em Ponta Porã. Um terceiro bloco para mais 120 detentos está em construção e deve ser entregue até início do ano que vem.


São mais de 200 metros quadrados de área construída, com sete celas, solário e oficinas de trabalho, a serem inaugurados nesta quinta-feira. As obras de mais dez celas, com solário, cozinha industrial, consultórios médicos e odontológicos já foram iniciadas e estão em estágio adiantado. “Inauguramos o segundo bloco, com 84 vagas e a cozinha esta semana, e as novas etapas no próximo ano”, explica o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini.




A baixo custo e com cunho social, em Ponta Porã as obras são executadas pelos próprios detentos, orientados e supervisionados pelo arquiteto da Sejusp, Fábio Alex Correa, e fiscalizados pelo diretor do Presídio, Rodrigo Borges Marques. “Com a utilização da massa carcerária na obra conseguimos reduzir custos e dar novas oportunidades aos detentos, que são capacitados para o trabalho e a reintegração na sociedade”, diz Borges.


Cumprindo penas no Presídio há quase dois anos, o mestre de obras Edelson Arraes, 34 anos, e o pedreiro Márcio dos Santos, 32 anos, que trabalham na ampliação desde o início, concordam com o diretor do presídio. “Ao mesmo tempo em que nos ajuda, ajuda também a comunidade, além disso, a cabeça muda para melhor com o trabalho”, lembra Márcio.




Edelson já trabalhava na construção civil e levou a experiência para o presídio, onde passa o conhecimento a outros internos. “Que o meu erro sirva de exemplo para que não façam o mesmo e aos que aqui estão eu sempre falo que o trabalho renova e muda o pensamento, por isso devemos aproveitar essa oportunidade e mostrar serviço”, afirma o mestre de obras.


A disciplina, comportamento e produção é resultado de um sólido trabalho de ressocialização realizado pela Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) nos últimos anos. “A pena tem caráter punitivo, mas deve também ressocializar o indivíduo, pois ele irá voltar para a sociedade. Por isso implantamos em todos os presídios do Estado oficinas, salas de aula e de artesanato”, enfatiza o coronel Deusdete Oliveira Filho, diretor-presidente da Agepen, que toda semana vai a Ponta Porã vistoriar as obras de ampliação do Presídio.




Na unidade penal 80% dos presos trabalham nas dezesseis oficinas em funcionamento, entre elas de rodos e vassouras, beneficiamento de crinas de cavalo para exportação, marcenaria, costura, serralheria e também olaria, em que são fabricados diariamente quase mil tijolos que hoje são utilizados na ampliação do presídio. “É por isso que conseguimos construir a baixo custo; além da mão de obra própria, parte do material é feita aqui”, destaca o diretor-presidente da Agepen.


A Agepen já conseguiu agregar ao sistema mais 170 parceiros, que geram emprego e renda. Além de trabalhar nas obras de ampliação, os presos estudam e recebem cursos de informática. Para cada um dia trabalhado eles têm um reduzido no total da pena aplicada pelo juiz.

Mais vagas





De acordo com o secretário Wantuir Jacini, no início de 2007 existiam em todos os presídios do Estado 4.216 vagas, sendo que nos últimos oito anos esse número dobrou. A expectativa é que chegue a mais de 9 mil vagas nos estabelecimentos penais de Mato Grosso do Sul até o ano que vem, graças aos investimentos feitos com recursos dos governos estadual e federal e do Poder Judiciário no Sistema Penitenciário.


“O total de investimentos na área ultrapassa R$ 778 milhões e estão previstos ainda mais R$ 52 milhões em recursos da União, com contrapartida de R$ 12 milhões do Estado, na construção de três novas Cadeias Públicas no Complexo da Gameleira, sendo que as obras de duas delas já tiveram início e devem ser concluídas até o ano que vem, gerando 1.600 novas vagas no Sistema Prisional”, conclui Jacini.

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