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SAÚDE

Central de MS já realizou 3,5 mil doações em 20 anos

27 setembro 2019 - 19h00Por Da Redação

 Não por acaso, o verde que simboliza a esperança, também é a cor do mês que promove a conscientização para a importância da doação de órgãos em todo País. No mês passado, a Central de Transplantes de Mato Grosso do Sul completou 20 anos de existência, e nesse 27 de setembro, Dia Nacional de Doação de Órgãos, tem 3.593 motivos para comemorar. 

Apesar de silencioso, o trabalho da Central Estadual de Transplante de Mato Grosso do Sul já realizou desde agosto de 1999, 2.873 transplantes de córnea, 654 de rim, 52 de osso, e 14 de coração. Só neste ano, até o mês de agosto, foram captados, 86 órgãos de 34 doadores.

Para Claire Miozzo, coordenadora da CET, a decisão de doar órgãos é um dos gestos mais bonitos que o ser humano pode praticar. “A doação de órgãos é o maior ato de amor que alguém pode fazer pelo próximo. É uma decisão importante que as famílias tomam. De um lado existe a dor, e de outro existe a esperança de vida”, pontua.

Na data e no mês dedicado a conscientizar para importância de ser doador de órgãos, ela reforça a importância do diálogo entre as famílias. “O mais importante é conversar com a família sobre a sua vontade de ser um doador. Porque a negativa das famílias durante entrevista para doação de órgãos chega a 55%. E na maior parte, a família alega não conhecer a vontade da pessoa falecida”, explica.

O momento de dor das famílias, aliado a desinformação, também está entre os fatores que levam a negativa na hora de autorizar a doação de órgãos. É de fundamental importância que a sociedade procure conhecer mais sobre o assunto, e aqui em Mato Grosso do Sul é possível procurar a Central de Transplantes para esclarecer dúvidas através do e-mail cet@saude.ms.gov.br ou do telefone 3312-1400.

A nível Brasil, cerca de 30 mil pessoas aguardam na fila por um transplante de órgãos. Já em Mato Grosso do Sul os números são bem menores. São 210 pessoas aguardando por um transplante de córnea, e 114 esperam por um transplante de rins.

Transporte

A agilidade do transporte dos órgãos captados é fundamental, uma vez que existe o tempo de isquemia, que é o período de vida de cada órgão fora do corpo humano. Para esses casos, a parceria da Casa Militar do Governo do Estado, com a Central Estadual de Transplantes, tem feito operações aéreas a qualquer hora do dia, com um único objetivo: o de transportar “vidas”.

Desde dezembro de 2018, quando a parceria foi firmada, já foram realizadas 20 operações nesse sentido, dentro e fora do Estado. “Estamos prontos para as missões sempre que somos acionados”, afirma o coronel Nelson, chefe da Casa Militar. As operações contam ainda com suporte do Corpo de Bombeiros e da Organização de Procura de Órgãos (OPO), da Santa Casa de Campo Grande.

Com o avanço das estruturas de saúde em Dourados e Três Lagoas, as cidades passaram a diagnosticar mortes encefálicas e ficaram aptas a retirar órgãos para doação. Dessa forma, as aeronaves usadas no transporte de autoridades passaram a fazer viagens humanitárias, levando órgãos.

Ao todo, a Casa Militar do Governo do Estado possui cinco aeronaves aptas para o transporte de órgãos. Em cada missão viajam cinco pessoas: três tripulantes, um médico e um enfermeiro.

Transplantes

Em Mato Grosso do Sul, procedimentos médicos de captação e transplantes são realizados nas cidades de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. Hospitais com atendimentos público e privado realizam transplantes de córneas, coração, ossos e rins. Quando o órgão não pode ser transplantado no Estado, por motivos de incompatibilidade, a Central Estadual oferece o organismo para a Central Nacional de Transplante (CNT), que fica em Brasília (DF) e define qual paciente será beneficiado.

Órgãos captados em MS já foram destinados para as cinco regiões do Brasil. “Rio Grande do Sul, Acre, Distrito Federal, São Paulo e muitos outros”, disse Claire. Nos casos de viagens interestaduais, outros parceiros entram em ações. “Entre eles a Força Aérea Brasileira (FAB), as casas militares dos outros estados e até as empresas aéreas, de voos comerciais”, conta a coordenadora. Em uma das missões humanitárias do 1º semestre deste ano, rins e córneas foram captados em Dourados e enviados para Recife (PE), Belo Horizonte (MG) e Campo Grande.

Como funciona

O Brasil é referência mundial na área de transplantes. Em números absolutos, é o 2º maior transplantador do mundo, ficando atrás apenas dos EUA. Cerca de 96% dos procedimentos são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), dando aos pacientes assistência integral e gratuita. Porém a taxa de doadores ainda não é a ideal. Atualmente são 14 doadores por milhão de habitantes, quando a média ideal, seria 15 por milhão de habitantes.

Existem dois tipos de doadores. O primeiro é o doador vivo, que possibilita qualquer pessoa a doar, um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão, desde que o ato não prejudique sua saúde. O segundo tipo é o doador falecido, que ocorre quando há morte encefálica, e a família autoriza a doação que pode salvar cerca de oito vidas, considerando que nesses casos, podem ser doados, córneas, rins, fígado, coração, pulmão, pâncreas entre outros órgãos e tecidos.

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